Está comum e corriqueiro
ouvir, nos noticiários, casos de violência, assaltos, latrocínios, homicídios;
discriminação racial, homofobia; corrupção, lavagem de dinheiro, denúncias
contra políticos, blindados pelo judiciário e pelo dinheiro distribuído
escancaradamente para pagar pelo silêncio. Todos os dias isso chega aos nossos
ouvidos com frieza e até sem perplexidade alguma, o que é muito preocupante.
Há várias formas de
tratar essas notícias: a primeira é ignorando, tentando levar a vida como se
isso não estivesse realmente acontecendo; a outra é ver isso de forma racional
e emocionalmente.
De forma racional, é
possível cada um analisar como a violência de todo o tipo chegou a essa
situação, a essa crueldade em que se mata por qualquer coisa, a vida está
banalizada, sem valor e sem sentido. Além disso, assistimos, a céu aberto, o
povo sendo assaltado com aumentos abusivos de preços e de impostos (o Brasil é
o país com o imposto mais abusivo do Planeta).
Quando se analisa esse
cenário desolador de forma emocional, tomamos o lugar do outro que sofre.
Choramos por tantas mães que perdem seus filhos pelas balas perdidas, acidentes
de trânsito, homicídios ou sem atendimento médico nas imensas filas dos
hospitais. Sofremos quando vemos o roubo do dinheiro que poderia ser investido
na saúde, na segurança e nas estradas brasileiras sendo desviado enquanto muitos
morrem devido a essa loucura desvairada de sempre obter mais e mais dinheiro.
De forma emocional é o
modo mais difícil de enfrentar a atual realidade por qual os brasileiros
passam, porque isso nos faz sofrer e nos distancia da paz, da solidariedade, da
alegria, do amor, da igualdade e do respeito entre nossos pares.
Cada vez que alguém
morre vítima da violência e do desleixo humano, morremos um pouco também,
porque fazemos parte da humanidade. Cada vez que alguém tira do outro a
oportunidade de viver, morremos devagarinho, porque nós não somos uma ilha,
como disse o poeta John Donne: "A morte de qualquer ser humano me diminui/ porque sou parte da
humanidade", por isso o
brasileiro chora e chora por nós.
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