domingo, 23 de abril de 2017

Mais educação, menos ignorância



        A Revolução da Imprensa, fato ocorrido no século XV, modificou o modo de vida e contribuiu para que a informação fosse acessível ao povo, mesmo de modo rudimentar. Entretanto, naquela época, a taxa de alfabetização era irrisória, por isso a maioria da população não pôde usufruir o advento da divulgação do conhecimento. E o que mais se admira é que, em pleno século XXI, ainda há desinformados, analfabetos, analfabetos voluntários e funcionais. 
        De maneira análoga, no Brasil, há um excesso de informação que circula pelas redes sociais, mas, ainda sim, o analfabetismo funcional é crescente, leva à exclusão e revela a triste situação precária da educação em todo o país.
         De início, cabe ressaltar que os resultados vergonhosos das provas em que estudantes brasileiros realizam mostram a falta de preparo dos mesmos em questões fundamentais e básicas como leitura e interpretação fluentes, raciocínio lógico e as quatro operações matemáticas.
        O desastre pode ser constatado nas provas aplicadas no território nacional e naquelas aplicadas a vários países. Nesta o Brasil ocupa a 60ª posição no ranking do Pisa, sendo apenas 76 países participantes da última edição. Isso significa que milhões de crianças e adolescentes não estão aprendendo e ainda milhares estão fora das escolas. 
         Há várias razões que corroboram com esse cenário caótico. Entre elas a falta de modernização no modelo de ensino, incentivo inadequado e miserável do estado, desvalorização docente, violência no entorno escolar, desestruturação familiar e social. Como resultado, estima-se que mais de 10 milhões de brasileiros sejam analfabetos funcionais, ou seja, sabem ler e escrever com dificuldade, não sabem interpretar e nem fazem uso dessas habilidades no cotidiano.
          Essas dificuldades de interpretação, de cálculo, de raciocínio e de análise comprometem o crescimento pessoal e qualificação para o trabalho do cidadão, aumenta a segregação e exclusão social e agrava a desigualdade no país. Ainda, o analfabetismo funcional compromete a análise crítica, a atividade de questionamentos de informações, favorecendo a manipulação do brasileiro, tanto por políticos quanto pela mídia.
          Diante disso, cabe às políticas públicas educacionais realizarem reformas do ensino básico à universidade, condizentes com a realidade nacional; utilizar mecanismos para estimular os alunos aos estudos e não somente que tenham frequência escolar. 

           Além   disso, é preciso valorizar os professores, tanto social e financeiramente, para que estes possam investir em suas carreiras. É necessária, sobretudo, uma mudança de comportamento da sociedade frente à educação, já que uma nação mal-educada está fadada à miséria e à manipulação arbitrária e desumana. Só a educação pode mudar os rumos de um país. 

Um país em ruínas




         Parece que um tomahawk (míssil de alto alcance e utilizado pelos Estados Unidos, com alto poder de destruição ) caiu no país nesta semana, detonando o congresso nacional. O Brasil está em estado de choque, mesmo sabendo que a nação está contaminada pela corrupção, como se não bastasse ainda ter de enfrentar um governo que quer retirar todos os direitos adquiridos pelo povo com uma reforma descabida da previdência e a terceirização do trabalho.
         Nesta semana, o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, divulgou o nome de políticos, a partir de delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht.
          Incrivelmente, sem exagero, o país está em ruínas, já que as investigações envolvem nove ministros do governo Michel Temer (PMDB), 28 senadores – incluindo o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE) – e 42 deputados federais – incluindo o presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e um dos caciques do PSDB e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves. Os inquéritos foram pedidos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
          Não é exagero afirmar que estamos literalmente nas mãos de bandidos, e por que ter medo de fazer tal afirmação? Isso mesmo, medo, porque, na verdade, estamos diante de uma quadrilha, especialista em desviar milhões de reais, e ainda se dizem inocentes, todos são inocentes. Até agora, nenhum admitiu ter participação nos crimes em que estão sendo investigados.
        Somente a mídia internacional tem coragem de falar pro mundo todo que os brasileiros têm um dos congressos mais corruptos do planeta que, além de ser egocentristas e avarentos, querem que o povo pense que a falta de recursos financeiros é culpa da "crise" e do "rombo da previdência " . Não admitem que o país está falido, porque formam um bando de sanguessugas do erário e do povo trabalhador, que se encontra deprimindo e angustiado com os rumos das políticas públicas.
      Temos, infeliz e vergonhosamente o governo mais inescrupuloso e dissimulado dos últimos tempos e para quem joga a culpa toda em um único partido, este está equivocado, pois a lista da bandidagem é composta por quase todos os partidos nacionais, inclusive os de maior representatividade.
       Hoje, por falta de esperança, não se tem proposta de resolução para o problema, pois àqueles a quem devemos recorrer são hoje os nossos inimigos reais e potenciais. Além de serem, claro com poucas exceções, a bandidagem, desejam reformas inescrupulosas e desumanas. E a pior arma do povo é a desesperança, mas se há alguém que porventura tiver ânimo para lutar, mesmo quando o armamento estiver falhando, lute e tente atear fogo num fio de esperança, para que a ordem e o progresso voltem a reinar por aqui.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

O avanço da violência: aonde vamos chegar?



Segundo dados do UNICEF (Fundação das Nações Unidas para a Infância) os índices de crianças e adolescentes assassinados ou que sofreram algum tipo de violência aumentaram significativamente no país e no mundo. Casos como bala perdida, violência sexual, agressão física e verbal, além de guerras civis são motivos dessa brutalidade. A criança se tornou refém do medo e dos maus tratos. Essa situação é inaceitável, e medidas devem ser tomadas urgentemente.
De acordo com o UNICEF, as estatísticas apresentam uma situação desoladora em relação à violência. Os dados indicam que em média 129 casos de violência psicológica e física, incluindo a sexual, e negligência ocorrem a cada dia. Somente nesses últimos dias, o mundo todo ficou perplexo ao ver tanta barbárie, devastando comunidades inteiras, destruindo vidas diariamente. No Brasil, todos os dias, crianças e adolescentes são vítimas de balas perdidas, perdidas mesmo, pois nunca se descobre de quem partiu o disparo letal. Rio de Janeiro, a “cidade maravilhosa” é o maior palco dessa crueldade contra o cidadão, contra os pequenos.
As últimas vítimas desse crime bárbaro nem sequer imaginavam que poderiam ser atingidas, já que uma delas, de apenas 13 anos de idade, estava dentro da escola, num lugar sagrado, que jamais deveria servir de cenas violentas; a outra, um adulto, estava pregando, estava com a Bíblia, orando com seus amigos. Ou seja, não estavam em “locais perigosos, rastreados pelas polícias”. Ali se encerraram sonhos, enterraram-se esperanças.
Outro cruel dado é o número de crianças mortas na Síria, que tem batido recorde de mortes. Só nesta semana, com o ataque impiedoso por armas químicas, quase 100 civis perderam a vida, entre eles, mais de 30 crianças. O ataque pôde ser acompanhado ao vivo pelas redes sociais, qualquer um podia ver a cena de crianças e jovens agonizando, morrendo aos poucos, asfixiados pelo gás venenoso. A ONU (Organização das Nações Unidas) afirmou que a infância está condenada pelo conflito sírio que vai completar seis anos. Mais de 1000 crianças foram mortas desde o início desse martírio em 2011, e não somente pelos bombardeios, mas também em decorrência de doenças evitáveis, pois é difícil o acesso de médicos na região.
John Donne, poeta inglês, disse: "Quando morre um homem, morremos todos, pois somos parte da humanidade", assim, não se pode perder o assombro diante de cenas cruéis como essas que estão acontecendo com as crianças de todo o mundo. O terrorismo não está acontecendo apenas na Síria, mas é uma realidade para quem vive em grandes cidades no Brasil. É preciso que as autoridades de todas as nações ajam em prol do seu povo, levando a paz a todo o canto; para isso, acordos precisam ser feitos, ações concretas devem ser realizadas antes que mais vidas sejam ceifadas devido a tanta omissão: maior causa da violência no mundo.






Jornada Literária 2023

  “Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos.” Cora Coralina A poesia, na educação, é um forte ...