É
lamentável perceber como a sociedade involuiu nos últimos tempos e em diversos
sentidos. Hoje, num cenário devastador de violência, em que unir forças dos
mais variados setores sociais se torna urgente, veem-se, com maior nitidez nas
redes sociais, grupos que disseminam e incentivam a desigualdade, a violência
no estilo medieval (olho por olho, dente por dente), declaram que bullying é só
uma brincadeira, e muitas manifestações de ódio e discriminação que só aumentam
a indiferença e a intolerância. Diante desse cenário desanimador em que nos
encontramos, é possível mudar esse contexto?
Primeiramente,
é necessário ressaltar as imensuráveis transformações sociais pelas quais a
humanidade vem passando. Tais mudanças afetam significativamente uma comunidade,
ou seja, tudo se torna diferente: o avanço tecnológico e na medicina, os meios
de produção, de mercado e de trabalho, o modelo familiar, as formas de enxergar
o mundo e, sobretudo, o reconhecimento dessas modificações.
Nesse
ínterim, é preciso constatar que não se vive mais do mesmo modo como viveram antigas
gerações, como os pais e avós. Não dá mais para continuar repetindo a mesma
frase: “na minha época não era assim”, “no meu tempo as coisas eram
diferentes”, “essa é uma geração ‘mimimi’, geração ‘nutela’”. A época é
o agora. Esses jargões saudosistas, carregados de estereótipos, preconceito e
incompreensão da realidade, demonstram falta de conhecimento das mudanças e,
consequentemente, torna o ser humano preconceituoso e insensível ao sentimento
alheio, às causas humanitárias, às demandas e necessidades de outrem.
Resumindo, sujeitos desse tipo demonstram o tamanho da sua ignorância e do seu
preconceito.
Para
ilustrar, não precisa ir muito longe, basta acessar as redes sociais e
encontrar postagens como “quem era essa tal de Marielle”, “tem que
acabar com os direitos humanos”, “na minha época a gente podia xingar todo
mundo, chamar de Olívia Palito, bolo fofo”; “se meu filho apanhar na rua e não
revidar, ele apanha de novo quando chegar em casa”.
O
que está acontecendo com essa sociedade que dissemina pequenas violências sem
ter noção das consequências? O mundo mudou e precisa de EMPATIA. Essa geração é
diferente e deve ser levada à reflexão e à conscientização, e não discriminada.
Precisam é de atenção, oportunidade, estrutura familiar e educação.
Não
se conhece e nem se tem condição de conhecer todos os líderes que existem mundo
afora, que assumem alguma liderança e lutam pelos direitos daqueles que não têm
voz. Se não se conhece, leia, pesquise, conheça, antes de sair condenando e
espalhando indiferença e é preciso sim, saber quem mandou matar a vereadora e o
seu motorista. Se alguma pessoa não saiu magoado quando sofreu bullying, que
maravilha! Pena que nem todo mundo é assim, nem todos reagem da mesma forma e bullying
não é brincadeira, é violência sim. Nem todos conheciam Jorge Mario Bergoglio,
até ele se tornar o 266º Papa da Igreja Católica e atual Chefe de Estado da
Cidade Estado do Vaticano, o simpático Papa Francisco. Portanto, para mudar
essa realidade, o conhecimento e a empatia são as maiores ferramentas que o ser
humano pode ter para enxergar que nenhum tipo de violência vale a pena.