O
escritor e político irlandês Edmund Burke disse que quando um homem tem poder e quanto maior for a sua influência, este se
torna mais perigoso, uma vez que a maioria dos homens usa tal força com abuso.
Sendo assim, podemos reparar em nossa realidade e analisar: será que as pessoas que mais detêm o poder o
usam para influenciar a sociedade disseminando atitudes e ideias de valor? Ou
abusam do poder para fins descomprometidos com os valores humanos e éticos?
Meryl Streep, uma das atrizes mais supervalorizadas em
Hollywood, ao receber um prêmio, aproveitou a
ocasião que, no momento lhe dava poder, para falar de diversidade, de
solidariedade e disse: "Quando os poderosos usam sua posição para
intimidar os outros, todos perdemos." E, sem citar nome, completou, com muita indignação, sobre a atitude
insensata e preconceituosa do presidente eleito dos Estados Unidos.
O discurso da atriz foi corajoso, já que mostra a importância
de líderes, pessoas que têm poder, ao assumirem um comportamento que dissemine
o respeito e não o contrário. O fato de um poderoso desrespeitar, maltratar e humilhar
o cidadão abre precedente para que tal modelo seja copiado e praticado no dia a
dia como se fosse normal.
É
claro que comportamento desrespeitoso e desumano é praticado diariamente em todo
o mundo, a toda hora, sejam por poderosos ou não. Mas quando isso acontece por
quem tem a mídia a seu serviço, o estrago é muito maior.
A
humanidade precisa de líderes, de mestres, de ídolos. Estes existem de todos os
tipos e são imitados desde que o mundo é mundo. Assim, podemos constatar que
precisamos de homens e mulheres inspiradores, que disseminem o bem, propaguem a
paz, falem de respeito e compaixão, deem exemplo de solidariedade e educação.
Abuso
de poder nunca foi atitude que deve ser imitada e divulgada, ao contrário, deve
ser banida da vida de todo o cidadão, seja ele detentor ou não de poder. E
aqueles que o têm, exerçam-no com responsabilidade e senso de justiça. O mundo
necessita de humanos verdadeiros, que abram espaço para a gentileza, para o
respeito às crenças, à diversidade, à sexualidade, às necessidades especiais do
seu próximo, à dor alheia e tudo o mais. Só assim teremos condições de viver em
uma sociedade pacífica e respeitosa.