quinta-feira, 5 de abril de 2018

Mais tolerância, menos ódio

Mais tolerância, menos ódio

   
         Não há como negar  a existência da intolerância no Brasil e em diversos assuntos como religião, futebol e política. Basta acontecer um fato diferente, seja ele qual for, e já se podem esperar os insultos e os xingamentos carregados de ódio por aqueles que professam uma fé diferente, por aqueles que discordam de uma corrente filosófica, por torcerem por time "X" e não "Y" e, no caso mais atual, por estar ou não do lado do Lula, ex-presidente do Brasil.
       Vale lembrar que o artigo 5º da nossa constituição é claro sobre o Princípio da Igualdade de que todos são iguais perante a lei. Ademais, há outro princípio imprescindível, que é o da liberdade, garantido por lei e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Isso confirma que cada um pode ter a religião, o time, o partido, o gosto que quiser, por isso é preciso respeitar. Isso não significa que se está a favor ou contra determinado cidadão, bem como sua opinião, significa que se respeita o argumento contrário, atitude necessária numa sociedade democrática e contemporânea.
         Entretanto todos sabem que a intolerância e o ódio encontram espaço suficiente para exaltar, xingar, ofender e humilhar nas redes sociais. Todos sabem que a mídia manipula, mente, mascara e impõe o que quer e quando quer, fazendo com que os usuários das redes sintam-se à vontade para escrever, curtir e compartilhar o que bem desejarem. Assim, muitos cidadãos não respeitam nada nem ninguém, mostrando todo o ódio e a intolerância contida dentro de si.
         Ademais, o que não pode ser esquecido é que o nosso país tem uma história marcada pela ignorância de uns e opressão de outros, para não dizer "da elite que sempre se manteve no poder e que, agora, a todo o custo, quer reconquistá-lo". Mas o mais importante é que, mesmo discordando do trecho que acabou de ler, que está entre as aspas, o respeito deve continuar, concordando ou não. Confrontar uma ideia, um argumento é fundamental, no entanto não é necessário, para isso, resgatar o que temos de mais desumano: o ódio, a indiferença, o desejo de morte, o desprezo total pela vida.
           É importante afirmar que o respeito à pessoa humana é de extrema importância, caso contrário, estaremos nos rendendo à barbárie, à turbulência de conflitos armados em que o diálogo, a escuta e a paz não encontram mais espaço.
          Se Lula é ou não inocente, se o STF (Supremo Tribunal Federal) agiu conforme a lei, ainda teremos as respostas. Entretanto as divergências de concepções não podem e não devem servir de desculpa para exalar o ódio e a intolerância. Isso é pretexto para quem já é violento e só precisa de um motivo para usar.
           A tolerância se estabelece em aceitar a todos, independentemente de qualquer situação, conforme afirmou o Papa Francisco. Portanto é preciso respeitar, aceitar a escolha de cada um. Se não gosta ou acha que esta ou aquela opinião é certa ou não, respeita. Não é preciso gostar ou aceitar determinado time, partido ou político, mas, sobretudo, devemos respeitar sempre. O ser humano precisa, mais do que nunca, resgatar a sua própria humanidade.

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