sexta-feira, 3 de maio de 2019

Filosofia Presente




René Descartes, filósofo e matemático francês (1596-1650) é considerado o fundador da Filosofia moderna e é autor de um dos pensamentos mais propícios para o ser humano: Penso. Logo existo”. Segundo o matemático, pai do Plano Cartesiano, que primeiro foi filósofo, aponta que o ser humano só tem consciência de si e do mundo porque pensa. Para ele, nenhum conhecimento é válido se não for mediado pela força do pensamento, da reflexão crítica e da ação para a transformação. Diante dessa verdade, dita há tanto tempo, discute-se hoje a validade da filosofia, como se fosse menos importante. Mas será que, em tempos contemporâneos, a filosofia está fora de moda? Certamente que não.
De início, vale destacar que o homem, desde a Antiguidade, com o conhecimento filosófico, da Grécia Antiga, berço da humanidade, buscou conhecer a sua identidade, as suas raízes e a origem de todas as coisas e fenômenos por meio da Filosofia – termo grego que significa amor à sabedoria. É por meio desse conhecimento, que tem como base a reflexão e o questionamento, e até hoje, os homens, ao longo de sua existência, têm procurado conhecer a si mesmo e seu próprio comportamento e vão continuar assim.
Desse modo, valorizar o conhecimento filosófico, nos dias atuais, é tão importante quanto na Antiguidade, uma vez que conhecer a si próprio e entender a sua realidade, a razão da sua vida, dos seus propósitos, o sentido de viver, ainda são características inerentes ao homem. Além disso, a filosofia é a arte da reflexão crítica, da indagação para transformar-se e mudar o que precisa ser mudado. Foi através dela que Isac Newton e Albert Einstein, ao questionarem sobre tantas de suas dúvidas, mostraram ao mundo grandes descobertas. Quem não pensa está fadado à manipulação cruel de ditadores, de opressores e de uma elite falsa e hipócrita, desejosos de poder e autoritarismo.
Contudo, no século XXI, o interesse pelos temas relacionados à filosofia ainda são cultivados em escolas, faculdades e universidades, especialmente no estudo de nomes imortalizados como Aristóteles, Sócrates, Platão; da era moderna como Hegel, Kant; e dos contemporâneos como os brasileiros Leandro Karnal e Mário Sérgio Cortella.
Ademais, é importante frisar que só tem a aversão à filosofia, que tem medo de quem pensa, porque pensar é perigoso, coloca em risco regimes autoritários, põe em xeque-mate a opressão, a ditadura, os desmandos. A filosofia é mesmo muito perigosa, pois ela abre a mente, as janelas do conhecimento, ela provoca, instiga, angustia. Ainda, a filosofia é como um ferrão: ferroa para não deixar ninguém preso às amarras da ignorância e de quem só pensa em poder. Para alguns estudantes de exatas, engenharias, medicina, odontologia, filosofia pode ser “tempo perdido”, mas vale lembrar que “o céu do mundo é muito maior e mais misterioso que o céu da boca.”
Podem até desvalorizar o grande legado que a filosofia, conhecimento mais antigo da humanidade, deixou, mas nunca vão matar aquele que não se conforma com a violência, com o autoritarismo, com o retrocesso, com a maldade sem precedente de quem quer que seja. Conforme afirmou Sócrates: “Só sei que nada sei” e depois afirmou Paulo Freire: “O homem é um ser inacabado”, ambos salientando a eterna busca do conhecimento, comprovando que o homem nunca está pronto e precisa, como na Odisseia, de Homero, ir em busca do maior mistério da vida, o próprio ser humano e o caminho é o pensamento – a filosofia. Por isso, continue pensando, assim, se existe.



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