Após
cinco meses do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, que destruiu o
Distrito de Bento Rodrigues, a desolação é extensa e se estende por quilômetros. Até
agora, o que foi feito é mínimo e não há sinal de que o cenário devastador se modifique
tão cedo.
Considerado
o maior desastre socioambiental do Brasil, a catástrofe em Mariana, ocorrida em
5 de novembro de 2015, ficará para sempre marcada no solo mineiro e, sobretudo,
na memória das 600 famílias desabrigadas pelas toneladas de lamas que romperam
as barragens. 19 vítimas fatais e milhares de animais mortos, além da
biodiversidade e do rio ameaçados.
A
Samarco pouco tem feito pela população. Em fevereiro, a empresa construiu três
diques para conter os resíduos, mas um deles já foi rompido e a lama desce sem
parar. A construção está bem em cima de onde ficava o distrito. De onde se viam
as montanhas, hoje se vê apenas destruição, barro brilhante devido aos resíduos
e uma montanha de lama por cima de lama.
A
mídia, como sempre, dá foco apenas àquilo que ela deseja e que lhe dá retorno
financeiro. O centro das atenções, no momento, é o rompimento, mas não o da
barragem e, sim, o dos partidos políticos. A crise política tomou uma proporção
imensa, fazendo com que o país entre de vez numa inépcia geral. Desse modo, o
olhar interesseiro das emissoras se volta apenas para esse espetáculo horroroso
a que estamos assistindo. O distrito de Mariana que se vire. A tragédia está
quase ou praticamente esquecida pelos meios de comunicação que deveriam servir
de canal para exigir providências.
Cabe
ressaltar que muitos eventos têm ocorrido para alocar recursos, a fim de ajudar
a população e a região destruída em Mariana. Mais de um milhão de reais foram
arrecadados por meio de shows de diversos artistas como Caetano Veloso, algumas
bandas mineiras e a banda internacional Pearl Jam, que esteve no Brasil no ano
passado, doando cerca de 300 mil reais. Desse montante, 800 mil foram divididos
e doados às famílias atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, em
Mariana. Cada uma recebeu um cheque no valor de R$ 2.614,38 em solenidade
realizada na manhã desta quinta-feira (31).
É
preciso que providências sejam tomadas o mais rápido possível. Deve-se lembrar
de que as famílias estão sem moradia, estão sem lugar certo, sem um lar. Cabe,
portanto, às autoridades responsáveis – Ministério Público, por exemplo, cobrar
atitudes dos Governos municipal, estadual e federal e, principalmente, exigir
da empresa responsável pele desastre mais celeridade na reconstrução imediata
da região devastada e atendimento integral às famílias. E isso precisa ser pra
ontem, antes que caia definitivamente no esquecimento.
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