sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

O avanço do desmatamento



Enquanto os olhares do povo brasileiro estão voltados para os possíveis presidenciáveis, e a camada política está preocupada com o seu próprio umbigo, aos poucos, a Amazônia vai pro ralo, ou melhor, vai para os grandes madeireiros do Brasil, Estados Unidos e Europa. Além disso, uma a uma, as árvores estão sendo dizimadas pelo resto do país.
Segundo a Polícia Federal, um esquema para exportar madeira ilegal da Amazônia, em grande escala, foi desmantelado. O fluxo de transporte clandestino de madeira talada ilegalmente na floresta amazônica e destinada a grandes comerciantes madeireiros foi interrompido. Mas quantos sistemas de exploração e exportação de madeira são executados?
Existem progressos significativos contra o desmatamento da Amazônia, no entanto ainda não foram suficientes para barrar a desertificação do Pulmão do Planeta. O desmatamento se acelerou nos últimos anos no Brasil, aumentando 24% em 2015 e 29% em 2016, de acordo com dados oficiais de observação por satélite. Porém essas informações nem sempre chegam ao povo e são, muitas vezes, mostradas ao contrário, já que o discurso político é que o desmatamento está diminuindo, o que não é verdade.
Cabe ressaltar que o impasse do desmatamento não se restringe apenas à Amazônia, já que isso ocorre em todo o país. Nas cidades, a abertura descontrolada de loteamentos está acelerando a desertificação. O espaço que era apenas verde, transforma-se num emaranhado de lotes e ruas, afugentando a fauna local. Assim está cada vez mais comum encontrar tamanduás, cobras e outras espécies nos centros urbanos à procura de abrigo e comida.
Além disso, a falta de arborização das cidades é assustadora: a cada prédio levantado, árvores são derrubadas, com a desculpa de que são velhas e atrapalham a construção, e nenhuma outra é colocada no lugar. Há cidades que são exemplos, que tratam a natureza como parte essencial do desenvolvimento humano, por isso possuem ruas arborizadas, preservam os bosques e parques naturais, além, é claro, de apresentarem um cenário bonito, bem cuidado, que contribui com a qualidade de vida. No Paraná, há o maior número de cidades arborizadas do Brasil.
Portanto é preciso cuidar mais do meio ambiente, da floresta amazônica, das reservas espalhadas pelo país, dos parques da cidade. Para tanto, devem-se criar mais planos de sustentabilidade, implantar políticas públicas de preservação e fiscalização da Amazônia e ações que viabilizem a arborização das cidades urgentemente. Caso contrário, vamos sofrer com as consequências dessa desertificação, mais do que já estamos. Ou cuidamos agora, ou a árvore será artigo de museu. Vamos esperar isso acontecer?


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