Emmanuel Kant, em uma de suas frases
famosas, afirmou que o homem pode fazer tudo, no entanto nem tudo deve ou
precisa ser feito. Assim, na vida, temos uma infinidade de coisas que queremos
fazer e muitos desejos para realizar. Mas atender a nossa vontade nem sempre é
uma boa opção.
Um kantiano é aquele que decide
realizar o que deve ser feito e não o que se quer fazer de fato. Há inúmeras
situações que servem para exemplificar tal máxima. Um jovem universitário
trabalhou o dia inteiro e, à noite, muito cansado, pretende faltar à aula, além
disso, terá uma festa imperdível. Mas ele pensa no futuro e lembra que a aula
será importante e, no final, resolve ir à faculdade, mesmo com tantas tentações
cotidianas. Este é um verdadeiro kantiano.
Por outro lado, vivemos em uma época
em que escolher o caminho certo parece ser démodé, ou seja, está fora de moda.
A onda, agora, é fazer o que se tem vontade sem compromisso consigo, com o
outro e com o futuro. Atender aos interesses pessoais e falar o que quer sem
pensar nas consequências têm sido motivo de aplausos.
O filósofo Nietzsche afirmou que o
prazer imediato não nos leva às realizações duradouras e que o sofrimento pode
nos tornar mais fortes e capazes de enfrentar situações difíceis para, no
futuro, alcançar o prazer que pode ser o sucesso no trabalho ou a sonhada
formatura. Participar de uma aula pode ser um sofrimento na hora, mas trará
conhecimento que valerá para a vida toda. Desse modo, as escolhas de agora
podem determinar o sucesso ou o fracasso. Quanto àquele que decidiu estudar,
trabalhar, lutar e vencer merece colher os frutos, já que tomar o caminho do
esforço nunca sai de moda.