Quando era pequena sonhava com uma família
perfeita, morar em uma casa linda, ter um emprego excelente e viver
confortavelmente sem nenhum problema de grandes proporções, que me tirassem o
alicerce, isto é, minha base de vida.
No entanto, a vida real é um pouco diferente
de nossos sonhos e de nossas expectativas. Isso mesmo, EXPECTATIVAS. Do latim, expectativa significa esperar,
desejar, uma promessa ou uma probabilidade. Assim, esse termo significa a
condição de quem espera algum acontecimento, baseando-se em probabilidades ou
uma possível efetivação deste, um desejo intenso por algo próspero, como
conseguir um bom emprego ou ter uma família exemplar.
Se analisarmos ao pé da letra, percebemos que
a realização desse vocábulo depende muito mais do outro do que de si mesmo, ou
seja, nossa felicidade ou realizações estão pautadas por meio de expectativas,
já que isso depende muito mais do que eu espero dos outros e muito menos de nós
mesmos. Ficamos à mercê de promessas que nem sempre são cumpridas.
Se nos sacrificamos demais para obter a
felicidade esperando alcançá-la por meio do crédito alheio, ou pelo sacrifício
depreendido, corremos o risco de ficarmos frustrados, uma vez que o sonho e a
realização dos outros não são os nossos sonhos nem nossas realizações. Daí a
necessidade de sonhar com os pés no chão e de não desejarmos a felicidade esperando
que os outros façam isso por nós.
Devemos, sim, ter perspectivas. Palavra
parecida com expectativa, todavia de sentido bem diferente. Enquanto esta nos
leva a crer em situações hipotéticas e sonhadoras; aquela, também do Latim, significa o ato de ver, enxergar, saber, ver através, olhar para o futuro, escolher. Se prestarmos
bem a atenção, veremos que esperar algo acontecer e enxergar se algo vai
acontecer é bem diferente.
Desse modo, precisamos aprender a enxergar lá
na frente para termos perspectivas e não expectativas em torno de algo ou de
alguém. Sabendo ver a realidade, pautados na fé e no otimismo, podemos ser
realistas e buscar a nossa felicidade com esperança no futuro. Assim,
compreenderemos que a família perfeita, o emprego excelente e a vida perfeita
não existem. O que existe é a nossa capacidade de buscarmos a felicidade com perspectivas
de uma vida melhor, aceitando nossas limitações e, sobretudo, compreendendo que
a perfeição não é humana, mas nós somos humanos, com qualidades e defeitos. E
precisamos aceitá-los para, a cada dia, lapidar o que pode ser lapidado a fim
de ganhar novos contornos.
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