quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Chega de assédio

 


    Um vídeo, registro das câmeras de segurança da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) durante uma sessão, que circulou nos últimos dias, apresentou o deputado Fernando Cury passando a mão numa deputada, colega de trabalho. O fato chocou, causando muita indignação. Desse modo, como a mulher deve encarar tal situação e enfrentar casos de assédio como este? 

       Inicialmente, vale saber que assédio é todo comportamento indesejado, praticado quando do acesso ao emprego ou no trabalho, ou em outro local, com o objetivo ou o efeito de perturbar ou constranger a pessoa. O assédio afeta a dignidade da vítima, também cria um ambiente intimidativo, hostil, humilhante ou desestabilizador. Assim o assédio é violência psicológica, causando constrangimento, humilhação ou tortura psicológica.  

          Além disso, é importante esclarecer que o assédio verbal, psicológico, sexual e moral acontece todos os dias , em vários contextos, principalmente no trabalho com as mulheres. É um  absurdo que elas tenham de passar por situações tão humilhantes e desagradáveis como essas diariamente. 

         Além de enfrentar esse tipo de violência, na maioria dos casos, a mulher ainda é acusada de provocar o assédio, ou seja, torna-se culpada por sofrer a agressão. A deputada Isa Penna é ativista, feminista e militante contra a violência à mulher, e afirmou ter se sentido violada e mesmo assim passou por essa situação. O agressor, como sempre, disse que não teve a intenção de assediar ou importunar. 

         Portanto medidas devem ser tomadas para evitar casos de assédio contra a mulher. Cabe à vítima denunciar, fazer Boletim de Ocorrência, como fez a deputada. Assiste às autoridades punir severamente os agressores, adotando as penalidades previstas, a fim de coibir novos assédios. Enquanto as leis forem lenientes com homens safados e psicopatas, eles continuarão assediando colegas de trabalho, humilhando não somente as vítimas, mas seus próprios familiares. 

Em busca de um sonho: ACADEMIA DE LETRAS DE ARCOS



    Quem me conhece, sabe como sou apaixonada por literatura, arte, teatro e música. Além de gostar de escrever e de ler, amo compartilhar isso com amigos, alunos, amigos virtuais e, é claro, com meus filhos e marido. Tenho prazer em ensinar essas habilidades.

         Considero tudo isso muito importante e ter gosto pelas letras e acesso a elas é essencial. Ressalto que promover o gosto pela leitura e pela escrita é imprescindível e devemos favorecer o enriquecimento literário e cultural de Arcos e da região.

      Por gostar tanto e por contribuir com ações que promovem a escrita e a leitura, tornei-me acadêmica da ACADELP, Academia Lagopratense de Letras. Não só por ser acadêmica, muito antes, sempre senti falta de uma instituição dessa em Arcos. 

         Diante dessa ausência, há mais ou menos três anos, procurei por documentos e pessoas da antiga Academia Arcoense de Letras. Com muita busca, descobrimos que a antiga academia foi desativada oficialmente, foi extinta. Há anos que a academia se encontrava totalmente inativa. Fato lamentável. 

        Consequentemente, não houve outro jeito: precisou-se fundar uma nova academia, autônoma e forte. Assim, depois de buscas e pesquisas, muita conversa com quem entende do assunto e com quem participou da antiga, demos início a um árduo, demorado e maravilhoso trabalho de fundação de uma nova instituição tão necessária como essa. 

        Assim nasceu a ACADEMIA DE LETRAS DE ARCOS, que está sendo construída por pessoas que se dispuseram a contribuir com esse sonho de termos novamente uma academia de letras. Tais pessoas são profissionais de diversas áreas, são cidadãos engajados, responsáveis e comprometidos com o bem comum, com a literatura e com a arte. Todos, sem exceção, estão à altura de fazerem parte da ACADEMIA DE LETRAS DE ARCOS.

         Cabe ressaltar que os acadêmicos da extinta academia serão carinhosa e respeitosamente lembrados: os acadêmicos falecidos serão patronos das cadeiras da atual academia, como o Professor Humberto Soraggi, Dona Nazaré, Lena Moreira; e aqueles que estão entre nós, estão convidados a fazerem parte desta. Dentre eles, já estão atuando Ismeraldino Beirigo e Dona Lázara Teixeira de Sousa. 

       Sabemos que os cidadãos envolvidos com a literatura, a arte e a cultura de Arcos estão abraçando essa ideia, estão apoiando esse empreendimento, estão felizes com a iniciativa e com o som maravilhoso da atual academia, que se acorda para a vida literária e cultural do nosso município. 

        Estou feliz e esperançosa, porque tive coragem, força e ânimo ao dar o pontapé inicial nesse empreendimento e ao instigar meus amigos a caminharem comigo rumo a uma nova história da nossa cidade e da região através da ACADEMIA DE LETRAS DE ARCOS.

       

Poema de Natal!

 Papai Noel


Fiquei esperando 

Papai Noel chegar

na noite de Natal.

Coloquei meu bilhete à vista 

para ele poder ler 

e ver o que eu pedia

naquela noite especial.


Pendurei minha meia,

deixei tudo arrumadinho,

pois sabia que o bom velhinho chegaria à noite da ceia.


Mas não consegui esperá-lo,

o sono foi mais forte.

Quando acordei 

ele já tinha passado 

e deixou um presente ao meu lado.


Agora só me resta esperar 

o ano todo passar 

e fazer tudo novamente,

para o Papai Noel aparecer 

bem na minha frente.

Um Natal diferente

 



         O Natal chegou, data tão esperada e amada. Pensamos em  festas, presentes, comidas, bebidas e amigo oculto. Natal não é só isso. Para os cristãos católicos, é o Nascimento do Menino Jesus, é dia de celebrar a sua vinda. 

           Além disso, o Natal nos propicia a chance de mudar nosso comportamento, de refazer o que não deu certo, de reatar os laços, de perdoar e também de ABRAÇAR. No entanto, em 2020 quase tudo está diferente devido à pandemia, e  o Natal  também será: sem aquela aglomeração gostosa, sem abraços afetuosos, sem a tradicional reunião de família diante da ceia e das orações natalinas. É hora de cada um ficar em suas casas. 

          Esse Natal será diferente e servirá de análise sobre os acontecimentos desse ano, sobre o valor que damos a nossa existência e às pessoas que amamos. 

        O natal deste ano é propício para rever as mudanças para a nossa evolução, a fim de alcançarmos a fraternidade, o amor e a paz. As celebrações deste ano precisam ser diferentes, precisamos ficar mais silenciosos e humildes, afinal, foi um ano de muitas vidas perdidas, muita luta para sobreviver e se manter saudável física e mentalmente. 

         Esse Natal será diferente, mas o Menino Jesus está igual e vai nascer em todos os lares. Deixemos as festas abundantes para depois e, certamente, teremos muitos motivos para celebrar a vida. O momento, agora, é de reflexão, de solidariedade, de fé, de altruísmo, alegria e júbilo, pois é o nascimento de Cristo, e a batalha pela vida continua.

domingo, 13 de dezembro de 2020

300 anos de Minas Gersis I

 300 Anos de Minas Gerais 



       Em razão da comemoração dos 300 anos do Estado de Minas Gerais, a Secretaria de Educação do estado propôs várias atividades remotas, entre elas a produção de uma carta, voltada para os estudantes. 

        Cada escola pública estadual escolheu uma carta para representá-la. Desse modo, a Escola Estadual Yolanda Jovino Vaz  premiou seus alunos destaques e a aluna do 7º ano, Pâmela, está superfeliz com seu prêmio: livros!


Leiam o depoimento da nossa aluna Pâmela  Vitória, do 7º ano 1, que teve sua carta dos 300 anos de Minas Gerais, escolhida para representar a Escola Estadual Yolanda Jovino Vaz, orientada pela professora Rosana Silva. 


“Eu gostei bastante de escrever a carta em comemoração dos 300 anos de Minas Gerais. Com as pesquisas que fiz e com a ajuda dos meus professores até aprendi mais sobre o meu estado. A escola me incentiva  a ler, mas eu também gosto, sempre gostei, pois me diverte e me ajuda a adquirir mais conhecimento. Independentemente de ser uma competição ou não, o que vale é participar e aprender”.


*** Parabéns Pâmela! Parabéns diretor Hélio e vice-diretora Cíntia pela iniciativa e estímulo à participação dos alunos!

Uma nova luz na Cultura Arcoense

 


Texto escrito por Ronaldo Ribeiro, membro fundador da Academia de Letras de Arcos

Arcos, 09 de Dezembro de 2020


Todo início é complicado, laborioso e quase que sufocante, porém é preciso começar.

Começar algo que já ‘‘havia’’ é ainda mais complicado, porém quando falta parte do passado, o presente não se completa e o futuro não acontece... E as coisas se perdem...

É preciso (re)começar!

Começar de onde não havia de ter jamais parado.

Sabemos que os tempos mudam e também costumes!

A gente mesmo muda e pobre de quem foge da mudança.

A mudança nos faz crescer, nos faz viver, nos faz dignos de nossas lutas e nossas vitórias.

Que (res)surja a nova Academia Arcoense de Letras, não importando o nome, porém que venha com novas ideias e novos ideais.

Que venha cheia de força para manter viva nossa cultura linguística e valorizar nossa gente que escreve, que compõe, que ensina, que educa, que vive, que chora, que sorri...

Uma cultura quando ganha identidade é maior a esperança, de que ela não morra, ou mesmo não seja esquecida diante de tantos devaneios do dia a dia... 

Que essa proposta cultural seja de todos e não de um.

Que a união seja o ponto chave de um sonho em comum, que é o de valorizar e resgatar parte de nossa cultura.

Falando em cultura, nossa cidade sofre...

Para citar parte desse sofrimento, temos uma Casa de Cultura ‘recheada de tudo’, menos de pessoas.

É preciso trazer o jovem para a linha de frente da batalha em busca do conhecimento e da reflexão.

Que essa Academia trabalhe em conjunto e que some forças para sair do papel e ganhar a história de Arcos.

Parabéns a quem provocou a ‘mudança’ e plantou a semente, a qual esperamos e temos fé, que germinará e dará bons frutos.

Ao que depender das boas pessoas que ali estão, será um projeto belo e vitorioso; E que bom fazermos parte de algo belo, não por vaidade e sim por estarmos gravando positivamente o nome na história dessa cidade querida e tão judiada culturalmente, não pelas pessoas e sim pelas vaidades, principalmente políticas.

Que cada um contribua com o crescimento do outro, apresentando novas ideias, experiências e que haja essa troca de visões de mundo, para que assim possamos melhorar-nos como seres humanos.

Somos falhos e suscetíveis a erros, mas quando temos ao lado pessoas mais vividas e intelectualmente esclarecidas, nosso aprendizado se torna mais prazeroso e fica eternizado, praticamente imortalizado dentro de nós.

Finalizo essas palavras, com um trecho do discurso de Machado de Assis em 20 de julho de 1897, quando da fundação da Academia Brasileira de Letras:

“Passai aos vossos sucessores o pensamento e a vontade iniciais, para que eles o transmitam aos seus, e a vossa obra seja contada entre as sólidas e brilhantes páginas da nossa vida brasileira.”

Nasce a Academia de Letras de Arcos

 


        Há algum tempo, um grupo de professores, artistas e intelectuais, por convite da Professora e escritora Rosana Silva, com o incentivo dos acadêmicos da Acadelp (Academia de Letras de Lagoa da Prata), vêm conversando e discutindo sobre a criação da nova Academia de Letras de Arcos.     

         Esse sonho de projeto, agora, tornou-se uma realidade e Arcos passa a contar com uma instituição que mudará a sua história. A principal missão da Academia de Letras é incentivar a literatura, a música, a arte e a cultura no município e região. 

           A cada semana, o Jornal da Cidade, um grande apoiador desse projeto, publicará informações e novidades sobre a Academia e sobre seus membros fundadores. Espera-se que essa nova instituição arcoense, tão necessária e de utilidade pública, possa ser abraçada por todos, principalmente pela nova Administração Municipal, pelas entidades de classe, instituições bancárias, educacionais e empresariais, oferecendo apoio à Academia de Letras de Arcos. 

Como será amanhã?

          “Como será amanhã?/Responda quem puder, O que irá me acontecer?”, esse trecho da canção de Simone, cantora que fez muito sucesso nas décadas de 70 e 80, nos remete a pensar como será a vida pós-pandemia, especialmente no que se diz respeito à educação. 

          Inicialmente, tudo foi modificado com o isolamento social, provocado pelo coronavírus. A escola, por exemplo, foi radicalmente transformada e segue seus trabalhos com os estudos remotos. A escola não parou, só mudou sua forma de ensinar. Mas como será o amanhã das escolas, das universidades? Voltará a ser presencial 100% ou será com estudo remoto ou híbrido (presencial e remoto)? Como disse Simone: “responda quem puder”.

       É muito importante afirmar que os professores têm se desdobrado nesse tempo e, sobretudo, se reinventado de forma admirável para dar conta de uma realidade inimaginável. Os alunos também, no entanto, para essa geração, lidar com as ferramentas tecnológicas e com a internet não foi difícil, uma vez que isso não é “um bicho de sete cabeças” para eles, ao contrário. 

          Mas as dúvidas que se instalam se referem a um novo modelo de educação que está por vir: como será? Novas aprendizagens, novas situações sociocomunicativas, novas habilidades e competências surgiram e vão surgir exigindo de toda a escola- direção , professores, coordenadores- uma mudança radical no modo de enxergar a escola e de vivenciá-la. 

    Portanto como será a educação de amanhã, ainda não sabemos. Por enquanto podemos continuar usando os ensinamentos de Paulo Freire que diz que nós aprendemos aprendendo. E escola, assim como a humanidade, precisa se reinventar e aprender o que for necessário para sua sobrevivência.

sábado, 5 de dezembro de 2020

Vacina à vista

 


      Um dos desafios que o século XXI apresenta para o mundo é a busca da vacina contra a Covid 19. Grandes investimentos estão sendo  feitos na área de pesquisa, e o Brasil destaca-se no cenário mundial por meio do Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Life Science, na criação da Coronavac.  Além dessa, há outras vacinas  que estão sendo testadas. O mundo todo espera ansioso por isso, a fim de alcançar resultados positivos e conter a Covid-19.

         É relevante afirmar que o Planeta adoeceu. A pandemia, provocada pelo vírus Coronavírus, obrigou a população mundial a enfrentar o isolamento social e o luto planetário. Hoje, segundo os dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), no mundo todo, há mais de 65 milhões de infectados; mais de 1,5 milhão de mortos; e mais de 42 milhões de recuperados. 

        Diante desse número exorbitante, a busca pela vacina contra esse vírus mortal é acelerada, e os resultados positivos já se apresentam em tempo recorde. Nunca uma vacina se projetou com tamanha celeridade, graças ao avanço técnico-científico e investimentos na área, embora o preço dessa descoberta seja milionário. 

       No entanto, a politização da vacina, que vem ocorrendo no Brasil, infelizmente, é um entrave e prejudica substancialmente o seu andamento. Consequentemente a população brasileira fica ansiosa e apavorada. 

         Portanto acredita-se que esses impasses sejam resolvidos e que a vacina seja democrática, de modo que todo o cidadão possa ter acesso a ela. Com essa vacina à vista, seja a do Brasil, da China, da Rússia, podemos ter esperança de que essa pandemia esteja perto do fim. 

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Eleições e novos rumos



       O resultado dessa última eleição mostrou a cara dos eleitores e dos novos eleitos, bem como os anseios e necessidades de uma grande parcela social. Diante disso, deve-se reconhecer as transformações que vêm ocorrendo no cenário político e esperar bons augúrios. 

          Primeiramente, é extremamente fundamental refletir esse recado dado nas urnas: o povo quer mudança, igualdade de direitos e, principalmente, ser ouvido e visto. Assim, analisar o resultado das eleições é imprescindível. E o que foi dito?

         Mesmo com números significativos em 2020, ainda é baixa a inclusão de mulheres e de pessoas LGBTQIA+ na política brasileira. Porém, a cada período eleitoral, essa realidade vai ganhando novas nuances,  e mais cidadãos vão se encorajando a adentrar nesse cenário. 

         De acordo com os dados do TSE - Tribunal Superior Eleitoral-  neste ano, 651 prefeitas foram eleitas (12,1%), contra 4.750 prefeitos (87,9%). Em relação às câmaras municipais, 9.196 vereadoras foram eleitas (16%), contra 48.265 vereadores (84%). Embora representarem 51,8% da população e mais de 52% do eleitorado brasileiro, as mulheres ainda são minoria na política. 

         Por outro lado, ainda que poucos, deve-se comemorar a vitória da diversidade nas urnas: mais de 70 vereadores LGBTQIA+ foram eleitos no Brasil, um feito histórico para o país, líder mundial de assassinatos de pessoas transgêneros. Em Belo Horizonte, a vereadora mais bem votada de todos os tempos foi a professora Duda Salabert. 

            Portanto, diante desse resultado, é preciso de políticas públicas que incentivem maior representatividade feminina na política do país e da sociedade LGBTQIA+. Só teremos uma sociedade mais justa se tivermos mais diversidade, respeito e vontade política. Mas a mudança já começou e não vai parar por aí.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Consciência negra: resistência e celebração



       Em pleno século XXI, precisamos discutir o racismo. Assim, é necessário utilizar o Dia da Consciência Negra para refletir a situação dos negros no Brasil, a fim de mudar a nossa realidade e propor ações de enfrentamento ao crime de racismo. 

       Vale salientar a necessidade de celebrar o Dia da Consciência Negra. Se essa data existe é por que não há consciência do branco que, em sua maioria, sente-se superior. Além disso, o Mapa da Violência 2020 mostra que morrem mais negros do que brancos, simplesmente por sua cor de pele e que os casos de racismo aumentaram vertiginosamente.

       Um fator preocupante é que grande parcela da sociedade acredita que o racismo não existe, é contra as cotas para negros nas universidades, considera um “mimimi” as denúncias feitas devido às injúrias, não percebe os atos de racismo no seu dia a dia, não enxerga a imensa desigualdade existente e desconhece a história escravocrata, cujos resquícios se fazem presentes.

          Ademais, discursos racistas entre políticos, influencers e lideranças, que deveriam usar o poder para erradicar essa violência, contribuem com os preconceituosos e espalham intolerância e ódio. 

       Portanto, o Dia da Consciência Negra é persistência e celebração. Persistência porque os negros continuam sua luta por seus direitos e por igualdade; celebração porque deve-se celebrar cada vitória alcançada, deve-se comemorar cada espaço conquistado. Segundo Haile Selassie, “enquanto a cor  da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra”. Precisamos mudar isso e essa luta é de todos nós.

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

SUS- um patrimônio do Brasil


       Em meio ao maior caos mundial devido à pandemia, causado pelo coronavírus, é possível encontrar cidadãos cruéis e insanos que querem acabar com um dos maiores patrimônios do Brasil: o SUS (Sistema Único de Saúde). É preciso unir forças para defender o  SUS e lutar pelas conquistas alcançadas que contribuem com a diminuição da desigualdade social.

        É relevante saber que o SUS foi criado há 32 anos, pela Constituição Federal Brasileira. Vale ressaltar que é dever do Estado garantir saúde à população no Território Nacional. Isso significa que levar saúde de qualidade a todos não é favor, é lei e deve ser protegida pelos poderes - Executivo, Legislativo, Judiciário. 

       Ademais, em 1990, o Sus foi implementado quando o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Saúde. Tal lei traz detalhes do seu funcionamento e preceitos que se seguem até a atualidade. 

          Deve-se saber que esse sistema de saúde abrange praticamente tudo, desde uma vacina a complexas cirurgias, exames de rotina a tomografias. Governantes, também, devem disponibilizar melhores condições de atendimento nos postos de saúde, os PSFs, e cuidar do Sus, é lei constitucional, é direito do cidadão, é conquista do povo. Fazer o contrário é antidemocrático e imoral. 

       Portanto cabe a todas as instituições (todas, sejam elas públicas ou privadas) preservar o nosso Sistema Único de Saúde, garantindo ao brasileiro esse direito que lhe é garantido. Assiste à sociedade, vigiar, defender e proteger os preceitos constitucionais para que nenhum político cruel possa acabar com tudo o que foi criado para o bem comum. Defenda o SUS!

Estupro sem culpado


      Lamentavelmente, no Brasil, a cultura do estupro persiste e os índices são assustadores. Nesta semana, a luta para erradicar essa triste cultura perde força ao inventarem o “estupro culposo”. Medidas precisam ser tomadas, a fim de mudar esse quadro violento. 

           De acordo com o 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020, o país bateu o recorde de violência sexual.  Foram notificadas  66 mil vítimas de estupro no Brasil em 2018, é a maior incidência desde 2007. Ainda é preciso ressaltar que o Anuário trata de casos denunciados, no entanto esse número seria mais alto caso todas as agressões fossem comunicadas. 

          E por que não denunciam? Porque vive-se numa sociedade machista, violenta e que culpa sempre é da própria mulher por ser violentada. Além disso, muitas sofrem abusos na própria família e são ameaçadas caso denunciem. 

          Ademais, o Brasil viu o caso da influencer Mariana Ferrer. Segundo a reportagem da Revista Veja, ela foi drogada e violentada pelo empresário André de Camargo em uma casa noturna, em 2018. Nas roupas da vítima, a perícia encontrou sêmen do empresário, ou seja, há provas para a condenação, mas mesmo assim o homem foi absolvido por “estupro culposo”, isto é, o estuprador não teve a “intenção” de estuprar. 

       Tem-se nesse caso um exemplo por que muitas mulheres não denunciam. Elas são quase sempre culpadas pelo estupro. No julgamento da moça, ela deveria ser acolhida, protegida, e tudo foi ao contrário: foi dupla e duramente humilhada e violentada. 

          Portanto medidas devem ser tomadas. Cabe ao Ministério da Justiça e de Segurança Pública rever a pena para esses agressores e promover maior segurança às vítimas sexualmente. Cabe à sociedade avaliar seus conceitos e lutar contra a violência para pôr um fim nesse crime em que o estuprador não pode se tornar a vítima. Nunca!

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

A cor da violência

 


       É amplamente perceptível o avanço da violência contra os negros no país que, infelizmente, traz um triste histórico escravocrata. Martin Luther King afirmou: “Nunca estarei satisfeito até que a segregação racial desapareça da América.” Esse pensamento deveria ser de todos, não apenas de quem luta contra a segregação e o racismo. Ações de combate ao preconceito devem ser colocadas em prática urgente.

       Segundo os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2020), a violência, neste ano, aumentou consideravelmente. As maiores vítimas são mulheres, jovens pobres e os negros. É válido saber que as informações do Anuário são fornecidas pelas secretarias de segurança pública estaduais, pelo Tesouro Nacional, pelas polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública. 

       Tal documento informa que o feminicídio teve 7,1% de aumento e das vítimas 66,6% são mulheres negras. Sobre a violência contra crianças e adolescentes, 75% são negros; 66,7% de negros sofrem com a desigualdade racial no sistema prisional; 65,1% dos policiais mortos são negros; no que tange à cor e raça nas intervenções policiais, 79,1% das vítimas fatais são negras. 

     Diante desses números exorbitantes de mortes de vidas negras, fica claro o genocídio racial que vem ocorrendo no Brasil, e muitos brasileiros insistem em afirmar que não há racismo no território nacional. Como afirmou a apresentadora Maju Coutinho: “tem que mudar a mentalidade de que preto parado é suspeito e correndo é culpado, isso tem que mudar”.

      Portanto essa triste realidade só poderá ser mudada , primeiramente, cumprindo integralmente a lei: racismo e injúria racial são crimes. Para isso, a polícia brasileira precisa ser enérgica nessa situação, para que a punição seja percebida por todos, a fim de coibir novos casos de violência racial. Cabe a cada cidadão reconhecer que todos são iguais e que a discriminação por cor é um ato totalmente desumano. Como Martin Luther King, ninguém deve se conformar com o racismo. 

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

O Pantanal em chamas

            Pantanal Mato-grossense, uma das maiores referências mundiais em preservação, um bioma perfeito e uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta. Esse bioma continental que abriga exuberante riqueza está em chamas e corre o risco de desaparecer, caso providências não sejam tomadas urgentemente.

         De acordo com os dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), apontam que 2020 é o pior ano da história do Pantanal em queimadas. As pesquisas mostram que o fogo já destruiu 33% da área do Pantanal em Mato Grosso e os incêndios, na maioria criminosos, não estão sendo controlados, ao contrário, estão potencializados com o tempo seco e a falta de chuva, justamente por ações antrópicas.

          Infelizmente, somente em setembro, houve mais de 5.200 notificações de focos de incêndio no Pantanal, segundo o Inpe, é o pior registro desde 1998. O governo do estado aguarda o repasse de R$ 10 milhões que o governo federal anunciou para combater o fogo em Mato Grosso, mas esse dinheiro ainda não chegou. Enquanto isso, o fogo avança, queima tudo o que encontra pela frente e tudo vira cinzas. 

       Além da mata ser devastada de forma acelerada, os animais morrem queimados. Mesmo fugindo do fogo, não têm para onde ir, estão encurralados e, de forma cruel e criminosa, a fauna pantaneira morre queimada, manadas inteiras fogem assustadas, muitas onças e outros seres foram resgatados vivas, porém com tantas queimaduras, foram sacrificados. Quantos animais de diversas espécies estão se extinguindo. Que tristeza! Nascentes agonizam. O indígena está ameaçado. 

      Enquanto isso, o presidente debocha do povo e diz que o Brasil está de “parabéns “ pelo belíssimo trabalho de preservação ambiental. O mundo todo vê o Brasil ser consumido pelas chamas e pouco está sendo feito. Um dos maiores biomas do mundo está crepitando, fumegando, se inflamando. Animais silvestres perdem suas vidas, e o agronegócio segue a “todo vapor”, crescendo, “salvando” a economia do país e enterrando seu meio ambiente.

       Enquanto o Brasil não tiver políticas públicas e um Ministro do Meio Ambiente que realmente defenda o Meio Ambiente, continuaremos a ver a destruição em massa dos biomas brasileiros, o extermínio da fauna e da flora, a aniquilação dos indígenas, o arruinamento dos ribeirinhos e, em pouco tempo, a desertificação da natureza do país. Hoje o Pantanal queima, está em chamas, onde será amanhã?

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Independência ou dependência? De qual lado você está?

 


        A Independência do Brasil, proclamada em 7 de setembro de 1822, quando este deixou de ser uma colônia portuguesa e passou a ser uma nação independente, é , sem sombra de dúvida, um marco que revolucionou a nossa história. Entretanto hoje se vive uma crise tão profunda no país, que essa independência fica chamuscada, perdendo seu verdadeiro sentido. E o que se deve fazer para modificar essa situação de desesperança e perspectiva?


Por onde começar?


          A priori, deve-se comemorar o dia da Independência, é uma data muito importante para os brasileiros, sobretudo, é preciso aproveitar esse momento para compreender a realidade atual e modificá-la. Isso é possível? Certamente sim e se deve começar na educação dos jovens de futuro. 


Como iniciar essa mudança?


      Assolado por essa pandemia, o Brasil ainda vive uma crise sem precedentes, em todos os sentidos, podendo afetar diretamente os nossos jovens em diversos aspectos, principalmente no que tange os estudos e o trabalho. 

          Desse modo, é necessário cuidar dos jovens de hoje, pois são estes que daqui a vinte anos cuidarão  de tudo. Para isso, a geração atual precisa lançar mão de diversos recursos a fim de oferecer a essa parcela social o essencial para garantir o futuro. É preciso saber o que tem que esperar do amanhã e, como se percebe, é incerto. O mais importante é investir na educação, na cultura, na saúde de crianças, adolescentes e jovens, ensinando-lhes o necessário para viverem com ética, respeito e civilidade. 


Como se pode fazer?



    É de conhecimento popular que muitos jovens estudam, mas não aprendem; aqueles que aprendem, não sabem o que fazer com a aprendizagem adquirida, já que a insegurança que os cerca é imensa.

          Nesse sentido, os jovens precisam aprender a falar. Aprender o português para que possam ter instrumentos para argumentar, buscar sua liberdade e independência verdadeira. A expressão verbal tem que ser apreendida. Precisamos ensinar às crianças, aos adolescentes e aos jovens a ler, escrever, interpretar, fazer contas, para isso, temos de colocar na cabeça deles que  ler, escrever e fazer conta é importante e que se trata de habilidades fundamentais para a vida e para alcançar sua autonomia e independência para atuarem agora e futuramente é que APRENDER é bom. 


O que os jovens podem fazer?


          Outro detalhe importante para se alcançar a verdadeira independência é o jovem trabalhar cedo, estudar só não basta. Não se procura quem tem mais títulos, mas, sim, experiência, que vem com a prática e esta não se alcança da noite para o dia. Hoje há jovens que têm graduação, pós-graduação, MBA, mas não têm nenhuma experiência e há jovens esperando por oportunidade. 

          Nós, brasileiros, somos campeões mundiais de desculpas. A culpa sempre é dos outros. Dessa forma, precisamos nos educar e ensinar, por meio de exemplos, que o mundo está cheio de desculpas e não há espaço para isso mais, ou seremos iguais a tantos que instauraram a crise no país com milhares de desculpas para não fazerem este mundo melhor. O sucesso anda lado a lado do fracasso, são as decisões que mudam o lado de tudo. 



O que cada um deve fazer?


         Primeiramente devemos reconhecer nossos pontos fortes e fracos, analisar nossas escolhas. Além disso, sempre acreditamos que algo vai resolver nossos problemas. Aja, mude de vida, não espere que as coisas se resolvam, resolva. Se eu não resolver o problema, vou fazer o que? Isso é o que devemos instigar em nossos jovens. Somos a geração das mudanças e devemos acreditar que o futuro será melhor que este e que todos poderão viver a verdadeira independência tão almejada por todos e principalmente para os jovens enxergarem o futuro com mais esperança e perspectivas. Então de que lado você está?

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

O professor em tempos de pandemia

       



       É conhecimento de todos a imprescindível função do professor para a sociedade. Esse profissional é o fundamento de um país e é o formador de todas as outras profissões. Todos, inclusive as lideranças políticas, sabem da real importância do docente, entretanto a sua valorização, seu plano de carreira e seus direitos estão esquecidos.


O professor só leva conteúdo?


   Como se a tarefa de repassar o conteúdo fosse fácil, o trabalho do professor vai além de transmitir o saber. Ele tem a tarefa de educar o estudante, de moldar o caráter, de lapidar vidas, de construir laços, de mediar o conhecimento, de instigar a curiosidade e de despertar sonhos. 


O professor nessa pandemia


Muito antes da pandemia, o docente estava saturado de tanta tarefa. Além de planos de aula, preparação de material, avaliações, correção, trabalho burocrático, reuniões excessivas, cursos de especialização, e muitas outras ações, hoje tudo triplicou. De repente, o professor sofreu uma mudança radical. Além do que já fazia, acrescentaram-se outros afazeres até então desconhecidos: sua casa se transformou num estúdio de gravação e numa sala de aula, com aula on-line, produção de vídeoaula, reuniões infindáveis, conferências, lives. Celulares sobrecarregados de tantos grupos de WhatsApp com mensagens que chegam até na madrugada e sábado e domingo foram esquecidos. 


Quem está pagando a conta?


          O professor, até agora, é o único que está pagando a conta de tanto investimento, sim, teve que investir dinheiro sem ter. Precisou comprar aparelhos de celular ou Ipads para dar aulas, pois o celular antigo se tornou obsoleto para suportar tantos vídeos, mensagens e notas. Assim, para gravar suas aulas; teve de investir até em aplicativos sofisticados, reaprender a trabalhar e a fazer tudo isso sem ajuda do governo. 


Saúde mental do professor 


Se antes os professores já sofriam com tanta exigência, condições desfavoráveis na ambiente escolar e salários defasados e atrasados, imagine o que é lidar com tudo isso durante o isolamento social? A sobrecarga a que está exposto, a insegurança e o medo dessa pandemia, a preocupação com os alunos sem acesso à educação de qualidade têm  influenciado diretamente na saúde mental dos educadores, muitos estão doentes. Mas mesmo assim, eles não desistem. 


Cadê a valorização?


Sabendo que o professor move o mundo, constrói pontes, levanta as bases da nação, além de formar todas as profissões, então, por onde anda a valorização desses profissionais? Não se pode tirar o mérito de ações de agradecimento ao professor por parte de algumas instituições privadas com a campanha “Aplauda um professor”.Talvez seja o começo do reconhecimento deste profissional que, por excelência, forma todas as demais profissões. No entanto seu valor não é reconhecido como deveria, principalmente pelos políticos. E, agora, com essa pandemia, não houve nenhuma palavra sequer de incentivo aos docentes, nem valorização salarial. O professor trabalha muito por amor, mas amor não paga essa conta! 


sexta-feira, 31 de julho de 2020

O avanço dos ataques de ódio



          É alarmante o fato de que os ataques de ódio continuam avançando vertiginosamente. O resultado disso pode ser percebido por meio das redes sociais que têm sido um território de agressividade muito utilizado por indivíduos preconceituosos. Nesse sentido, deve-se analisar essa situação para que propostas amenizem tal conflito e sejam discutidas para o benefício do país.


O que se caracteriza como ataque de ódio?


      Os ataques de ódio são considerados crimes. Geralmente são crimes motivados por preconceito e intolerância, são cometidos quando o criminoso escolhe suas vítimas de forma intencional simplesmente por esta pertencer a um grupo.


Como são os ataques?


     Normalmente os ataques são feitos por meio de agressão verbal com xingamentos, discursos de ódio, agressão física, há agressões tão brutais que terminam em morte. 


Quem mais sofre com os ataques?


      Qualquer pessoa que faça parte das minorias, ou que tenha uma luta por igualdade de direitos, ou que tenha uma visão política diferente do outro, por exemplo. 84% das mulheres negras sofrem ataques de ódio, como exemplo tem-se a cantora Ludmilla, a atriz Taís Araújo, a apresentadora Maju, a escritora Djamila Ribeiro entre tantas outras, famosas ou não. São mulheres que são referência e sofrem com o ódio porque são negras. Outro que sofreu ataques recentemente foi o influenciador digital Felipe Neto, porque fez  críticas ao presidente Bolsonaro no ‘The New York Times', por isso tem sido vítima de acusações falsas e de ameaças nas redes sociais. Nesta quarta (29), os ataques pararam na porta da casa dele.


Esses crimes são recentes?


     O preconceito, principalmente o racial, é histórico no Brasil. A luta contra o racismo é antiga e está longe de acabar. Enquanto houver gente preconceituosa é intolerante, infelizmente, os ataques continuarão, mas é preciso dar um basta.


Como combater os ataques?


É preciso denunciar os agressores, fazer representação formal nas delegacias ou no Ministério Público. Cabe a cada usuário das redes sociais ter consciência e conhecimento para não difundir fakes nem ataques de ódio. A educação é essencial e deve começar em casa. As autoridades devem punir severamente os criminosos, e os responsáveis pelas redes sociais devem aprimorar suas ferramentas para detectar esses crimes e inibi-los com mais celeridade. Assim os ataques de ódio podem ser combatidos. 

Entrevista com Anand Rao TV Cultura Alternativa

https://acadelpmg.blogspot.com/2020/07/semana-do-escritor-acadelp-rosana-silva.html

sexta-feira, 26 de junho de 2020

É preciso reaprender

!


         O mundo todo está em crise devido à pandemia, e o Brasil, infelizmente, está no meio disso. Todos estamos passando por um período muito difícil, já que, nesta semana, segundo os dados divulgados pelas secretarias de saúde, são mais de 55 MIL vidas perdidas pela Covid 19 e já ultrapassou a marca de mais de UM MILHÃO de infectados só no Brasil. 
         Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) falta pouco para alcançar a triste marca de 500 mil mortos e 10 milhões de contaminados no mundo todo. Além disso, milhões de brasileiros estão isolados, passando por dificuldades financeiras, com problemas psicológicos como ansiedade, fobia e depressão, advindos como consequência dessa pandemia. Ademais milhões estão fora do mercado de trabalho e sem grandes expectativas. Mas será que ficar tristes, amargurados, cruzar os braços e deixar o medo tomar conta vai contribuir para mudar esse panorama?
              Não, todos sabem que entrar na onda da inércia de nada vai modificar a situação pandêmica em que se encontra a nação. Vários tipos de crise sempre existiram, no entanto , dessa vez, a crise ceifou vidas e muitas famílias estão enlutadas. 
     Mas não podemos nos deixar levar por esse fantasma do medo, isso só piora o quadro. É preciso, de alguma forma, romper com esse círculo vicioso e tomar novos rumos na vida, mesmo sendo difícil. 
          Hoje, a melhor forma de combater esse mal-estar é cada cidadão se sentir pertencente à Terra, à nossa Casa, no sentido de contribuir com sua responsabilidade. Como? No momento, é se proteger para proteger o outro, usando máscara, isolando-se socialmente o máximo que puder e ampliando os cuidados com a higienização. 
      Realizar cursos profissionalizantes pela internet, fazer momento de meditação, descobrir novas habilidades, plantar, faxinar, desenhar, pintar, enfim, caminhar, fazer diversas atividades ajuda a ocupar a mente para não ser tomado pela descrença. 
       Além dos cuidados e da busca de novas aprendizagens, o país precisa se unir, em todas as esferas da sociedade, para desacelerar o ritmo do contágio desse vírus, para que  todos, sem exceção, possam voltar a uma nova normalidade, sem vítimas da Covid.  Podemos, também, contribuir com o próximo, seja com ajuda financeira ou psicológica. 
      Cabe ao indivíduo resgatar sua vontade de reaprender, crias novos modelos de vida, acionar a sua criatividade, encontrar seu potencial e se redescobrir para que possa sair dessa crise como uma pessoa nova e melhor.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Cadê o verdadeiro Brasil?



     

        Não há como negar a existência da intolerância, da brutalidade e da desumanidade no Brasil nesses últimos tempos. Este país a que estamos assistindo não é o Brasil que conhecemos, não é a nação que sempre foi reconhecida mundialmente pela alegria de ser, pela solidariedade em diversas situações e pela esperança que o povo demonstra. O que aconteceu com esse BRASIL, que sempre abrigou a todos? Por que os brasileiros andam tão tristes e cabisbaixos, sem a alegria de antes?

       Basta acontecer um fato diferente, seja ele qual for, e já se podem esperar insultos, brigas, extremismo e xingamentos, sempre carregados de ódio, de preconceito, de vingança. Por que tanto desrespeito? Há um vídeo circulando, numa manifestação a favor do presidente da república e a favor da volta do AÍ 5, pior ato da Ditadura Militar, o que é totalmente inconstitucional, em que uma mulher, aos berros, xinga idosos, ofendendo pelo simples fatos de estarem usando máscaras para se protegerem da Covid. Pra que isso?

       É preciso ressaltar que hoje muitas ofensas estão sendo feitas e sendo atribuídas à liberdade de expressão. Cabe lembrar que a nossa constituição é clara sobre o Princípio da Liberdade, garantido também pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. No entanto esse direito não pode servir de escudo por indivíduos cruéis que se acham melhores que os outros e podem dizer o que quiser, sem  respeitar o outro em sua dignidade humana. 

         Vive-se numa sociedade democrática e contemporânea, em que a liberdade é um bem inviolável, porém isso não dá o direito a ninguém, em nenhuma parte do mundo, de ofender, caluniar, maltratar, incitar a violência, a discriminação, o preconceito e o desrespeito a qualquer cidadão.l, especialmente aqueles sem vez e sem voz. 

         Ademais todos sabem que a intolerância e o ódio encontram espaço suficiente para exaltar, xingar, ofender e humilhar  quando se tem lideranças , no auge do poder, que dão exemplos de comportamento agressivo e desrespeitoso ao próximo, às instituições e ao próprio povo.

         Nesse sentido, é importante afirmar que o respeito à pessoa humana é de extrema importância, caso contrário, estaremos nos rendendo à barbárie, à turbulência de conflitos armados em que o diálogo, a escuta e a paz não encontram mais espaço. As divergências de concepções não podem e não devem servir de desculpa para exalar o ódio e a intolerância. Isso é pretexto para quem já é violento e só precisa de um motivo para a usar. A tolerância se estabelece em aceitar a todos, independentemente de qualquer situação, conforme afirmou o Papa Francisco. Portanto é preciso respeitar, ter empatia e tolerância. O ser humano precisa, mais do que nunca, resgatar a sua própria humanidade. O Brasil precisa voltar a ser feliz. Esse “brazil “ que está “agora” não é o nosso rosto, não é a cara da maioria do seu povo: trabalhador, honesto e pacífico. 

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Por uma “New Norman!”



          No cenário atual,  em que o isolamento se torna uma nova realidade, todos os cidadãos são convocados a exercitarem a sua disciplina, a fim de que possam aprender a viver nessa nova e desoladora realidade, imposta pela pandemia. Para o arcebispo de Belo Horizonte, também presidente da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, “a disciplina é exigência para se conquistar novos hábitos que desafiam o tecido cultural, político e religioso a ter uma nova matéria prima, de qualidade, para sustentar o sonho da solidariedade que precisa se tornar realidade”. 
      Diante dessa afirmação e de vários estudos realizados sobre o comportamento humano nessa nova conjunctura, a disciplina nunca se fez tão necessária. É a disciplina o elemento fundamental para a aprendizagem, a qual deve ocorrer durante toda a vida, uma vez que o sujeito deve sempre aprender novas habilidades para o seu próprio desenvolvimento. Agora, ter disciplina para se proteger e proteger o outro é imprescindível.
        No entanto, é válido compreender que toda mudança de hábito e de rotina, que exige uma disciplina diariamente, encontra muitas resistências.  A relutância à renovação é um claro indício de irracionalidade que deve ser combatida. Pessoas que se dizem contra o isolamento, que não acreditam nas mortes causadas pela Covid 19 podem ser consideradas egoístas e alienadas. 
      Alem disso, com essa mudança de vida, ditada obrigatoriamente, todos se perguntam: “quando será a retomada da “normalidade”, da nossa “vida normal”?” Hoje se fala numa “New Norman”, numa “Nova Normalidade”, já que é impossível regressar àquela realidade antes da pandemia, pois se trata de uma normalidade  que leva justamente ao adoecimento e a outros problemas mais ameaçadores à vida.     
         Sendo assim, o mundo nunca mais poderá ser do mesmo jeito após essa pandemia. O ser humano precisa ser mais fraterno, solidário, altruísta, pacífico e com grandezas de pensamentos e sentimentos.  As famílias precisam ser mais unidas, santas e esperançosas. Este isolamento é porque amamos, e é o amor e o respeito que precisam crescer em cada um de nós. É preciso cuidar, amar e proteger. A humanidade está marcada por uma forte cultura de morte, de vingança, de massacre onde não há espaço para o amor e para a vida, esta era a normalidade para a qual não devemos voltar. 
      Ademais, nossos governantes precisam pensar no bem comum, nos mais pobres, nos excluídos, nos favelados, nos indígenas, nos cidadãos em situação de rua, nos desempregados, nos pequenos empresários que agonizam, nos idosos. Grandes empresas devem pensar no desenvolvimento sustentável, sem usurpar seus trabalhadores e o meio ambiente, gerando economia e sonhos. Precisamos pensar em mudança de vida, de amar mais. Essa pandemia está mostrando nossas fragilidades, que nada nem ninguém é nosso. Precisamos conviver, viver com o outro, para o outro, pelo outro. Não se podem perder as oportunidades de abraçar, de confortar, de enxugar as lágrimas, de dar as mãos. Precisamos, portanto, de mudar, de disciplina para uma “nova normalidade”. 

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Ah que saudades da minha vida!


         Em meio ao isolamento que boa parte da população tem adotado com essa quarentena, devido à pandemia, está cada vez mais comum se ouvir o desabafo:”Ah que saudades da minha vida!” No Brasil, a adesão ao isolamento chega a quase 50%, o que ainda é ineficiente para barrar o contágio da doença. Diante dos conflitos gerados pelo isolamento social, o que pode ser feito para amenizar diversos problemas dessa situação?  
       Cabe ressaltar  a necessidade do isolamento social nesse cenário caótico pelo qual o mundo todo passa. Restrições ao trabalho, dificuldade financeira, perda da mobilidade urbana, medo da doença, pânico pela falta de medicamentos e tratamentos adequados, solidão,  ausência total de eventos sociais e viagens, distanciamento de familiares e de amigos e, principalmente, a falta de demonstração de afeto concreto e real como um simples abraço, um beijo, um aperto de mão geram uma infinidade de pensamentos ora negativos, ora desesperançosos, além de problemas psicológicos imensuráveis. 
      No entanto, esse isolamento social não deve ser visto apenas pelo lado negativo que isso impõe a todos: pobres, ricos, crianças, adultos. É preciso usar essa situação, que é transitória, para uma reflexão profunda e total de nossas verdadeiras necessidades, do real sentido da vida e, sobretudo, da importância de valorizar o que realmente importa para viver feliz. 
       Provavelmente, uma grande parcela social, durante essa quarentena, já deve ter percebido que simples ações do cotidiano  estão fazendo falta, que antes não eram valorizadas, nem sequer eram praticadas como deviam. Um beijo carinhoso, um abraço apertado, um aperto de mão sincero, uma simples caminhada, o corre corre no trabalho (que muita gente reclama) hoje estão fazendo uma falta incrível. 
    Portanto em vez de dizermos: ”Ah que saudades da minha vida!”, troquemos pela frase: “ah como vou mudar a minha vida!” Afinal de contas, o ser humano precisa mudar mesmo, ele precisa ser mais humano. Desse modo, a busca pela espiritualidade, de equilíbrio, de pensamentos otimistas e esperançosos são essenciais para ter uma saúde mental para conseguirmos vencer esse período da nossa vida. Assim poderemos sair dessa solidão obrigatória melhores de quando entramos para valorizar o cotidiano e respeitar o próximo. 

sexta-feira, 1 de maio de 2020

E daí? Que tal governar?




        O Brasil e o mundo todo está perplexo diante das falas de desprezo e das manifestações  abomináveis do principal líder político de uma nação, o senhor Presidente da República, diante de um grave problema mundial que é a pandemia, causada pela Covid-19.  “Ah, mas ele é simples, só fala a verdade”, comentários como este só demonstra total falta de empatia e de uma extrema ignorância, insensibilidade e insensatez ao tentar justificar o que não tem  justificativa. Falar a verdade e ser simples com as palavras não é sinônimo de franqueza fraterna, altruísmo e sensibilidade.
     Em primeiro momento, vale relembrar quais são as principais atribuições de um presidente da república: além das funções descritas na Constituição, o Presidente da República carrega uma relevância simbólica de grande importância, uma vez que é o líder máximo do Estado brasileiro, eleito diretamente pelo povo. Ele não é só um despachante, é a representação de um projeto de país, suas decisões são crucialmente analisadas, criticadas e até seguidas o tempo todo. Ele representa e é, simultaneamente, a cara do país no exterior, os estrangeiros conhecem o Brasil por meio de ações e discursos do presidente da República. A presidência é o cargo político mais importante do país, por essas razões, ELE deve ser exemplo para seu povo e o primeiro a manifestar sua responsabilidade e compromisso para proteger o povo brasileiro.
       E daí? O que um presidente da república pode fazer para combater essa pandemia e evitar que milhares de vidas sejam perdidas? Um milagre? Não Senhor Presidente! Primeiro é saber que foi eleito para governar o país e PARA TODOS, combater esse mal que assola a nação é uma das suas atribuições.  O brasileiro não precisa de milagre presidencial, precisa sim que o presidente aja: construir hospitais e leitos de UTI, comprar respiradores e EPIs, valorizar os trabalhadores da saúde, pagar o auxílio emergencial, manter os empregos e ajudar as empresas. Isso não é milagre, isso é ação.
        Milagres existem, sim, e estão ocorrendo todos os dias na vida de milhões de brasileiros que precisam abastecer seus armários vazios e, principalmente, abastecer seus corações de fé e esperança de que tudo isso vai passar, mesmo não tendo um líder à altura do cargo que ocupa para defendê-los. Agir e parar de falar asneiras é um ótimo começo para combater essa pandemia, que já atingiu a terrível marca de mais de 5.000 mortos, não são só números, são pessoas que deixaram suas famílias “sem chão”. Agora só não esperamos sensibilidade e empatia porque isso é pedir demais para quem já demonstrou não ter nem um pouco desses sentimentos tão nobres e urgentes nessa nova conjuntura. E daí? Que tal governar?

domingo, 26 de abril de 2020

Lições dessa pandemia: parte II




    Pode-se afirmar, com contundência, que a pandemia do coronavírus, Covid-19, é um grande desafio mundial e tem gerado muitas reações no campo econômico, político, religioso, social e individual. Tais reações trazem consequências e resultados diversos, no entanto é preciso destacar as lições positivas que essa pandemia pode trazer, ainda que isso pareça impossível. 
        Em primeira análise, destacam-se as questões econômicas. Estas se mostraram enfraquecidas, uma vez que evidenciaram que indústrias, empresas e comércios, com poucas exceções, apresentam dificuldades imensuráveis para enfrentar a crise, ou seja, não têm capital de giro, não conseguem manter os empregos, mesmo sabendo que é uma situação transitória. 
       Consequentemente, essas fragilidades se tornam evidentes à medida que engrossam o índice de desemprego, a falta de planejamento estratégico e, sobretudo, a falta de ações sólidas que preveem crises como a da pandemia. Isso significa a ausência de projeções e de previsibilidade, além de impactar vertiginosamente o poder econômico e aumentar o índice de pobreza do país. 
      Vale ressaltar que cada organização, para sobreviver, não depende exclusivamente de suas próprias decisões e financiamento, isto é, precisa de ações externas dos governos-municipal, estadual, federal- de apoio financeiro, técnico, profissionalizante e, impreterivelmente, da diminuição urgente dos impostos no Brasil. 
          E que lições se podem aprender com essa crise pandêmica? Há muitas, mas podemos destacar algumas: não há economia forte sem investimento financeiro, sem políticas públicas de apoio às indústrias, empresas e comércio. Não há riqueza num país que não investe em ciência, pesquisa, tecnologia, educação e, principalmente, na capacitação e valorização do homem; por mais que se invistam em máquinas, a peça propulsora de tudo isso ainda é o trabalhador.  Não há empresa que se mantenha de pé sem seus funcionários, sem apoio dos bancos, sem atitude governamental, sem sustentabilidade, sem visão de futuro e sem fraternidade. As empresas, indústrias e comércio brasileiros pedem socorro.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

As lições dessa pandemia- parte I




           Um dos maiores desafios que o século XXI apresenta para o mundo é a pandemia, provocada pelo novo coronavírus, Covid-19. Grandes propostas de enfrentamento estão sendo feitas para o seu combate em escala mundial. O Brasil, no entanto, vinha atuando bravamente e, por diversos interesses capitalistas, corre-se o risco de perder tudo o que foi feito até o momento. E o que se pode aprender com tudo isso?
          Inicialmente, para se obter o sucesso esperado nesse combate, é necessário que haja uma administração pública uniforme, com uma parceria entre os poderes- Legislativo, Executivo e Judiciário- para alcançar resultados positivos, a fim de conter o contágio e poupar vidas.
           Entretanto a ciência tem sido ignorada e, muitas vezes, tem seu valor reconhecido somente no instante de histeria e de extrema necessidade, especialmente quando as grandes potências mundiais se veem derrotadas por um inimigo invisível. É preciso investir no conhecimento científico incessantemente e nas universidades federais para que o progresso da ciência contribua com a humanidade.
         Outro fator muito importante é que diversas pesquisas científicas realizadas em várias partes do mundo são menosprezadas por líderes políticos em detrimento do desenvolvimento econômico desenfreado. Quantas pesquisas, há anos, vêm mostrando a degradação ambiental, o acelerado aquecimento global, o crescimento vertiginoso da desigualdade social, o confinamento de animais, a extinção de milhares de espécies e diversas outras catástrofes antrópicas e quase nada tem sido feito para reverter essa situação calamitosa. Esse cenário ignorado é a base para novas doenças e pandemias. 
        Portanto é preciso aprender inúmeras lições com essa pandemia, que tem trazido à tona todas as fragilidades humanas; tudo está interligado, um espirro lá na China não tem fronteira, respinga em todo o mundo. A Terra é uma só. Ou cuidamos dela agora, ou estaremos acelerando a nossa extinção. É chegada a hora de pensarmos de forma fraternal, coletiva e humanizada; ao contrário, é ignorância, crueldade e egoísmo.

Jornada Literária 2023

  “Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos.” Cora Coralina A poesia, na educação, é um forte ...