sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Estupro sem culpado


      Lamentavelmente, no Brasil, a cultura do estupro persiste e os índices são assustadores. Nesta semana, a luta para erradicar essa triste cultura perde força ao inventarem o “estupro culposo”. Medidas precisam ser tomadas, a fim de mudar esse quadro violento. 

           De acordo com o 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020, o país bateu o recorde de violência sexual.  Foram notificadas  66 mil vítimas de estupro no Brasil em 2018, é a maior incidência desde 2007. Ainda é preciso ressaltar que o Anuário trata de casos denunciados, no entanto esse número seria mais alto caso todas as agressões fossem comunicadas. 

          E por que não denunciam? Porque vive-se numa sociedade machista, violenta e que culpa sempre é da própria mulher por ser violentada. Além disso, muitas sofrem abusos na própria família e são ameaçadas caso denunciem. 

          Ademais, o Brasil viu o caso da influencer Mariana Ferrer. Segundo a reportagem da Revista Veja, ela foi drogada e violentada pelo empresário André de Camargo em uma casa noturna, em 2018. Nas roupas da vítima, a perícia encontrou sêmen do empresário, ou seja, há provas para a condenação, mas mesmo assim o homem foi absolvido por “estupro culposo”, isto é, o estuprador não teve a “intenção” de estuprar. 

       Tem-se nesse caso um exemplo por que muitas mulheres não denunciam. Elas são quase sempre culpadas pelo estupro. No julgamento da moça, ela deveria ser acolhida, protegida, e tudo foi ao contrário: foi dupla e duramente humilhada e violentada. 

          Portanto medidas devem ser tomadas. Cabe ao Ministério da Justiça e de Segurança Pública rever a pena para esses agressores e promover maior segurança às vítimas sexualmente. Cabe à sociedade avaliar seus conceitos e lutar contra a violência para pôr um fim nesse crime em que o estuprador não pode se tornar a vítima. Nunca!

Um comentário:

  1. Concordo plenamente. Muitas vezes a vitima e que se torna a culpada e os reus, oz inocentes . E preciso justiça nesse país.

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