sexta-feira, 15 de maio de 2020

Por uma “New Norman!”



          No cenário atual,  em que o isolamento se torna uma nova realidade, todos os cidadãos são convocados a exercitarem a sua disciplina, a fim de que possam aprender a viver nessa nova e desoladora realidade, imposta pela pandemia. Para o arcebispo de Belo Horizonte, também presidente da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, “a disciplina é exigência para se conquistar novos hábitos que desafiam o tecido cultural, político e religioso a ter uma nova matéria prima, de qualidade, para sustentar o sonho da solidariedade que precisa se tornar realidade”. 
      Diante dessa afirmação e de vários estudos realizados sobre o comportamento humano nessa nova conjunctura, a disciplina nunca se fez tão necessária. É a disciplina o elemento fundamental para a aprendizagem, a qual deve ocorrer durante toda a vida, uma vez que o sujeito deve sempre aprender novas habilidades para o seu próprio desenvolvimento. Agora, ter disciplina para se proteger e proteger o outro é imprescindível.
        No entanto, é válido compreender que toda mudança de hábito e de rotina, que exige uma disciplina diariamente, encontra muitas resistências.  A relutância à renovação é um claro indício de irracionalidade que deve ser combatida. Pessoas que se dizem contra o isolamento, que não acreditam nas mortes causadas pela Covid 19 podem ser consideradas egoístas e alienadas. 
      Alem disso, com essa mudança de vida, ditada obrigatoriamente, todos se perguntam: “quando será a retomada da “normalidade”, da nossa “vida normal”?” Hoje se fala numa “New Norman”, numa “Nova Normalidade”, já que é impossível regressar àquela realidade antes da pandemia, pois se trata de uma normalidade  que leva justamente ao adoecimento e a outros problemas mais ameaçadores à vida.     
         Sendo assim, o mundo nunca mais poderá ser do mesmo jeito após essa pandemia. O ser humano precisa ser mais fraterno, solidário, altruísta, pacífico e com grandezas de pensamentos e sentimentos.  As famílias precisam ser mais unidas, santas e esperançosas. Este isolamento é porque amamos, e é o amor e o respeito que precisam crescer em cada um de nós. É preciso cuidar, amar e proteger. A humanidade está marcada por uma forte cultura de morte, de vingança, de massacre onde não há espaço para o amor e para a vida, esta era a normalidade para a qual não devemos voltar. 
      Ademais, nossos governantes precisam pensar no bem comum, nos mais pobres, nos excluídos, nos favelados, nos indígenas, nos cidadãos em situação de rua, nos desempregados, nos pequenos empresários que agonizam, nos idosos. Grandes empresas devem pensar no desenvolvimento sustentável, sem usurpar seus trabalhadores e o meio ambiente, gerando economia e sonhos. Precisamos pensar em mudança de vida, de amar mais. Essa pandemia está mostrando nossas fragilidades, que nada nem ninguém é nosso. Precisamos conviver, viver com o outro, para o outro, pelo outro. Não se podem perder as oportunidades de abraçar, de confortar, de enxugar as lágrimas, de dar as mãos. Precisamos, portanto, de mudar, de disciplina para uma “nova normalidade”. 

Jornada Literária 2023

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