Certamente, a maioria dos adultos concordam que a infância é a fase mais bonita da vida. É o tempo de jogos, brincadeiras, aprendizagem e descobertas. O clichê “as crianças são o futuro do país” é verdadeiro, entretanto o que se observa, hoje, é que muitos desses pequeninos sofrem com maus-tratos, abandono, abuso sexual, violência física, verbal e psicológica, alienação parental, balas perdidas e, infelizmente, muitas perdem suas vidas devido à omissão do estado, da sociedade e da família.
Segundo o Art. 227 da Constituição Federal Brasileira, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Porém nem sempre esse artigo se cumpre, uma vez que a violência tem ceifado muitas vidas como a pequena Ágatha, Isabela Nardoni, Bernardo, Maria Eduarda e tantos outras.
Conforme a lei, as crianças devem ser protegidas em toda a sua plenitude. Porém constata-se que muitas delas deixam de ser criança cedodemais por diversas razões, dentre elas o trabalho infantil, que ocorre geralmente em famílias de baixa renda e é uma afronta aos seus direitos, assegurados pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Além disso, há pais que expõem os pequenos a estímulos inadequados e os sacrificam com uma rotina cheia de afazeres e compromissos como se fossem adultos.
Como as crianças estão em processo de desenvolvimento, elas precisam ser protegidas, em primeira instância pela família, depois pela escola, sociedade e pelo poder público. Essa proteção parte do pressuposto de que criança é criança e pronto, como afirma a educadora e psicóloga Rosely Sayão:Assim, a família deve tratá-la como tal, oferecendo subsídios para promover o seu desenvolvimento físico e mental para que ela cresça saudável.
Camilo Castelo Branco, escritor português do século XIX, disse: "A infância é como a água que desce da bica, e nunca mais sobe". Por essa máxima entende-se que essa fase da vida é curta, deve ser respeitada para que não se perca nos caminhos da vida. Mas isso só acontecerá se houver a parceria entre todas as instituições e, principalmente, a presença de adultos responsáveis e amorosos para garantir a infância dos pequenos.