sábado, 13 de abril de 2019

Consciência política não tem idade

        


     De acordo com Bauman, grande sociólogo polonês, aponta para uma verdade incontestável de que se vive em tempos nos quais a liquidez das relações em contraponto à perda das bases sólidas é a marca da contemporaneidade. Nesse sentido, pode-se dizer que muitas questões derivam desse fato na sociedade contemporânea, sobretudo no que tange à formação integral dos jovens, principalmente na sua formação política com suas possibilidades e seus desafios. 
        De início, é necessário enfatizar que a consciência política da juventude é de suma importância, uma vez o jovem colherá mais informação sobre o que acontece em seu meio, na sua cidade e em seu país, podendo usá-la em causas sociais.
         Em face disso, é interessante observar que o impacto da falta de consciência política, bem como suas possibilidades e desafios, é uma das consequências das relações que permeiam o preconceito de que adolescente e jovens não entendem de política, uma vez que Bauman afirma categoricamente que as ações humanas na pós-modernidade, por não possuírem, muitas vezes, premissa básica, acabam sem um norte ou uma direção adequada. Por relação análoga, pode-se perceber que enquanto não investirem na educação, enquanto não olharem a educação como um investimento, mas sim como um gasto, ainda teremos sujeitos despreparados e que acham que política é para políticos. Não. A política é para todos.
         Nessa esteira de pensamento, Bauman ainda aponta que, no mundo líquido moderno, de fato, a solidez das coisas, tanto quanto a solidez das relações humanas, vem sendo interpretada como uma ameaça. Tal assertiva leva a pensar que é necessário ser resistente à liquidez e buscar formas de agir e isso implicará em uma situação que pode acentuar-se de tal modo, que seu campo de ação chegará a níveis incontornáveis, como pode ser percebido que há milhares de pessoas que mal entendem de política, liberdade de expressão, educação de qualidade e que desejam a perpetuação da ignorância política, pois quanto mais cedo o jovem entender esse assunto, mais ele vai cobrar dos líderes políticos e isso é justamente o que as excelências de países como o Brasil querem.
       Infere-se assim que não se pode perder de vista a seriedade desse impasse e entender que consciência política não tem idade. Quanto mais cedo o sujeito compreender que ele é um ser político e que toda e qualquer decisão é um ato político e traz consequências, mais chances o país terá de ter uma população consciente, reflexiva e ética. É preciso, portanto, buscar forma de resgatar a solidez desses valores. Desse modo, compete a sociedade, seja pela via privada ou pelo poder público, sobretudo, por intermédio do governo, atuar com o executivo de acordo com a constituição visando o bem da sociedade, mostrando o quanto pode ser prejudicial à vida a falta do saber político e de engajamento nas questões sociais. Um saber transformado em ação pode fazer com que esse problema seja ao menos amenizado a curto prazo. Pode parecer limpossível mudar, mas como outro grande sociólogo Max Weber disse: “o homem não teria alcançado o possível se, repetidas vezes não tivesse tentado o impossível”.

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