sábado, 23 de novembro de 2019

Consciência Negra, sim!

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         Nesta semana, voltando de um encontro educacional em São Paulo, escutei de um passageiro a seguinte frase:”Papai, por que a maioria das pessoas pobres que conheço tem a pele escura “? Essa foi a pergunta que Anna Vitória, de cinco aninhos, fez a seu pai. A princípio, parece uma simples pergunta de criança, mas quando nos pomos a refletir, percebemos o quanto essa pergunta é forte e sua resposta não é fácil de ser dita, principalmente para uma criança.
       Esta é uma semana reservada a refletir sobre o racismo, especialmente no Brasil. Portanto, para que o processo de reflexão seja exitoso, é preciso saber por que estamos, em pleno século XXI, discutindo um assunto que nem deveria mais estar em pauta. 
       Primeiro, o racismo existe e ganha força à medida que ganha espaço em discursos racistas de políticos poderosos, que deveriam usar o poder que têm para erradicar todo o tipo de violência. Na verdade, discursos assim contribuem para que preconceituosos sintam-se à vontade para espalhar toda sua intolerância, descabida, contra negros, pobres e homossexuais. 
       Segundo, é necessário saber que o Dia da Consciência Negra existe porque não há consciência do branco que, em sua maioria, sente-se superior aos outros, o que é desprezível. Além disso, basta consultar o Mapa da Violência, 2018, em que os números não deixam mentir: morrem mais negros do que brancos, simplesmente por sua cor de pele. 
       Portanto, gostaria muito de responder à pequena Anna Vitória que não existe racismo, que todos são iguais, mas estaria mentindo. Então é necessário que a família ensine a seus filhos a amar e respeitar o próximo, independentemente de cor, raça, religião, gênero ou condição socioeconômica. “Enquanto a cor  da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra”, Haile Selassie. 

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Acesso à cultura: desafios e possibilidades

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         O tema do Enem deste ano foi sobre a democratização do cinema e suas formas de acesso. É interessante perceber que falar de um tema como esse envolve um paradoxo: de um lado temos uma classe social privilegiada, com acesso não somente ao cinema, mas a diversos tipos de entretenimento culturais e, do outro lado, tem-se uma grande parcela social que nunca foi ao cinema na vida. Nesse sentido, o enem trouxe à tona a importância de se democratizar e facilitar o acesso ao cinema para todos , afinal, todos têm direito à cultura, mas é necessário investimento. 
       É preciso salientar que democratizar o acesso ao cinema, no Brasil, é papel do Estado, porém há diversos desafios como o tamanho territorial do País, a desigualdade regional, a desvalorização (por parte dos governantes) da arte, da cultura e do cinema. 
     Em primeiro lugar, o Brasil é o sexto maior país do mundo quando se refere à extensão territorial.  Isso dificulta atingir todas as regiões, uma vez que se pode encontrar salas de cinemas somente em cidades grandes. Além disso, é evidente que há regiões de acentuada desigualdade e pobreza. Logo, percebe-se que a construção de cinemas em todas as cidades brasileiras torna-se praticamente inviável ou mesmo inconcebível geográfica e financeiramente.   Nesse sentido, a valorização das diversas manifestações artísticas é de suma importância para o investimento educacional, cultural e intelectual do seu povo. Porém, é necessário que todo o tipo de arte seja percebido como instrumento de formação do homem. Todos precisam de saúde, segurança, educação e de cultura também. Desse modo, a democratização do cinema se torna dever do Estado e das instituições privadas privadas (voltadas para este segmento) é um direito do cidadão. 
        Infere-se, portanto, que a democratização do cinema é importante e precisa ocorrer, o cinema deve chegar aos mais diversos lugares do Brasil, especialmente para os mais carentes. Então governo, em parceria com iniciativas privadas, devem mobilizar esforços para criar, por exemplo, o cinema móvel, itinerante, para visitar as cidades brasileiras como fazem os circos. Dessa forma,  a valorização do cinema e da arte pode ser ampliada e alcançar todo cidadão.

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Jornada Literária 2023

  “Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos.” Cora Coralina A poesia, na educação, é um forte ...