Nesta semana, voltando de um encontro educacional em São Paulo, escutei de um passageiro a seguinte frase:”Papai, por que a maioria das pessoas pobres que conheço tem a pele escura “? Essa foi a pergunta que Anna Vitória, de cinco aninhos, fez a seu pai. A princípio, parece uma simples pergunta de criança, mas quando nos pomos a refletir, percebemos o quanto essa pergunta é forte e sua resposta não é fácil de ser dita, principalmente para uma criança.
Esta é uma semana reservada a refletir sobre o racismo, especialmente no Brasil. Portanto, para que o processo de reflexão seja exitoso, é preciso saber por que estamos, em pleno século XXI, discutindo um assunto que nem deveria mais estar em pauta.
Primeiro, o racismo existe e ganha força à medida que ganha espaço em discursos racistas de políticos poderosos, que deveriam usar o poder que têm para erradicar todo o tipo de violência. Na verdade, discursos assim contribuem para que preconceituosos sintam-se à vontade para espalhar toda sua intolerância, descabida, contra negros, pobres e homossexuais.
Segundo, é necessário saber que o Dia da Consciência Negra existe porque não há consciência do branco que, em sua maioria, sente-se superior aos outros, o que é desprezível. Além disso, basta consultar o Mapa da Violência, 2018, em que os números não deixam mentir: morrem mais negros do que brancos, simplesmente por sua cor de pele.
Portanto, gostaria muito de responder à pequena Anna Vitória que não existe racismo, que todos são iguais, mas estaria mentindo. Então é necessário que a família ensine a seus filhos a amar e respeitar o próximo, independentemente de cor, raça, religião, gênero ou condição socioeconômica. “Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra”, Haile Selassie.
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