quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Enem 2014: uma releitura

A Educação, nos últimos anos, tem passado por diversas transformações. Uma delas e que tem influenciado a vida dos estudantes é o ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, que foi criado em 1998. O objetivo, inicial, era avaliar o desempenho do estudante ao término da educação básica e, consequentemente, analisar a situação encontrada, a fim de melhorar a qualidade desse nível de escolaridade.
Tal objetivo, a partir de 2009, foi mantido, no entanto, a ele, foi acrescentado um novo mecanismo, até então, inédito no país: a seleção para o ingresso no ensino superior. Isto quer dizer que o ENEM, além de avaliar o estudante, dá a ele o direito à vaga em universidades públicas de todo o país, de modo unificado, não sendo necessário fazer inúmeros vestibulares.
O ENEM tem muitos aspectos favoráveis. Por ser uma prova única e aplicada no Brasil todo, é possível, aos professores e aos alunos, analisarem, a cada ano, o estilo da prova, suas características, os conteúdos mais cobrados; e por apresentar assuntos correlacionados ao cotidiano. Além disso, os vestibulares tradicionais eram muito diversificados, já que cada instituto superior de ensino tinha sua própria banca, sua própria prova. Por isso os vestibulares eram muito diferentes um do outro, dificultando o ingresso do estudante ao ensino superior. Pode-se dizer que o ENEM é um sistema mais democrático de ingressar na faculdade, ampliando a oportunidade para todos aqueles que querem prosseguir nos estudos.
Outro ponto imprescindível que deve ser levado em consideração é que o exame possui critérios consistentes para avaliar as habilidades e as competências dos concursantes, estatisticamente, por meio da Teoria de Resposta ao Item –TRI – que é a forma de correção da prova, capaz de informar a habilidade de um determinado aluno, dizendo se ele tem mais habilidade ou menos habilidade em cada questão e, ainda, informa se a resposta do estudante foi o famoso “chute” ou não.
Tudo isso é possível porque essa teoria, usada para a correção não somente nos exames do ENEM, mas também onde há concursos com muitos concorrentes, porque a prova possui uma escala, onde cada questão é situada, testada e com seu nível de dificuldade analisado, variando de três pontos para baixo e três pontos para cima. Assim, se um estudante ‘x’ fica três pontos para cima de uma questão, quer dizer que ele é muito habilidoso. A TRI permite o desempate com mais facilidade, já que, usando a escala, não se conta o número de acertos. Caso fosse assim, teríamos milhares de estudantes empatados.
Sobre os conteúdos, vale dizer que o ENEM cobra do estudante a capacidade de interpretar, ler, escrever e raciocinar com fluência. Mas como este exame tem sido usado para selecionar, a cada ano, ele vem cobrando mais conteúdo, mais teorias, mais fórmulas entre outros.
Sobre a REDAÇÃO, ao contrário do que muitos pensam, a sua correção não é subjetiva. Os corretores têm critérios objetivos de correção. São cinco: 1. Domínio da norma culta da língua portuguesa; 2. Compreensão do tema e aplicação da estrutura do texto dissertativo argumentativo; 3. Seleção e organização das informações; 4. Demonstração de conhecimento da língua necessária para argumentação do texto; 5. Elaboração de uma proposta de solução para os problemas abordados, respeitando os valores e considerando as diversidades socioculturais. Para cada critério, são distribuídos 200 pontos, totalizando 1000 pontos, somente na redação.
Quanto ao tema, o aluno de ensino médio precisa estar pronto para qualquer assunto, já que sempre se trata de temas de relevância social e que, geralmente, são noticiados durante todo o ano. Claro que sempre aparecem algumas apostas. Para 2014, alguns apostam na Lei Maria da Penha; Dengue; racismo; Lei Menino Bernardo; escassez de chuva; obesidade; entre outros. Mas para que ninguém seja pego de surpresa, o ideal é acompanhar os noticiários, ler revistas e jornais, sempre.
Por que é importante saber tudo isso? Tendo conhecimento, os professores vão trabalhar de forma mais dinâmica e direcionada, mediando os estudantes para que tenham sucesso na prova do ENEM e nas provas que desejarem fazer ao longo de suas vidas. Além da contribuição da escola e dos professores, os estudantes precisam estudar os conteúdos programáticos, detectar o que é mais cobrado em cada disciplina, ler bastante, especialmente artigos de opinião, editorial, notícias, cartuns, charges de jornais e revistas de abrangência nacional e internacional; e se esforçarem.  A família tem um papel importante: cabe a ela ajudar o aluno, propiciando momentos diversificados de estudo e, sobretudo, oferecendo apoio, incentivo e qualidade de vida.

Por Rosana Cristina Ferreira Silva




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