quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Alteridade e respeito humano

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Todos sabem que o Brasil é conhecido como um país da desigualdade, que se estende a diversas esferas, sejam elas econômica, social, cultural, religiosa ou política. O país está atrás de outras nações como a Noruega, em que não há desigualdade e nem violência. Tamanha segregação faz com que grupos sociais tentam assegurar seus direitos, especialmente os de igualdade, princípio garantido na Constituição Federal brasileira. No entanto não há reconhecimento da população que, muitas vezes, acredita que as reivindicações são exageradas e sem fundamento. Assim, pode-se perceber que o povo não consegue enxergar a real situação do outro, principalmente suas diferenças.
É importante salientar que a luta pela igualdade é tão antiga quanto a própria humanidade como a perseguição aos hebreus a.C. e a perseguição aos judeus d.C.. Hoje, grupos historicamente oprimidos, como homossexuais e negros, têm dificuldade em exercer seus direitos, pois existe a barreira do individualismo, que é marca desse milênio. Quando há denúncias contra o racismo e a homofobia, por exemplo, essas são vistas como exagero, o que contribui direta e indiretamente com a submissão e a desigualdade entre as diferentes classes na sociedade.
É comum, por exemplo, ainda hoje, nas telenovelas, uma família branca e rica ter como empregados domésticos e motoristas apenas negras e negros. Embora isso possa parecer normal, o fato contribui com a perpetuação da classe dominante, resquícios da escravidão do Brasil. Na última edição do Oscar, premiação máxima do cinema, o ator Will Smith fez um desabafo, reclamando de que o prêmio é só para os brancos e que a desigualdade está longe de acabar.
Assim, é preciso ter a percepção do outro, que é o conceito de alteridade, e isso só se consegue com o desenvolvimento de uma consciência social baseada em preceitos de igualdade e respeito á dignidade humana. Para isso, é preciso compreender que todos os seres são interdependentes. Além disso, deve-se garantir a dignidade do homem, inerente a todos os seres humanos, para que se possa viver em harmonia com o outro.
Há uma necessidade de estimular nas crianças e jovens esse sentimento de alteridade, de se colocar no lugar do outro, de sentir, mesmo que forma hipotética, o sentimento do próximo. Isso pode ser compartilhado no berço familiar e na escola, sem contar que hoje as redes sociais são fundamentais para espalharem a ideia da importância ao respeito, à dignidade e à harmonia, tão necessários para a paz em nosso cotidiano e em todas as nações.

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