segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Noite de Premiação ACADELP 2017

Mais uma noite perfeita, de muita poesia, música e alegria!

             No dia 24 de novembro, o Centro Cultural da Empresa Embaré, de Lagoa da Prata - MG, foi palco para uma noite literária. Essa cidade tem dado um exemplo de incentivo à cultura do município e região. 
           Esse foi o XIII Concurso de poesias e II Mostra Literária da academia de letras e eu pude fazer parte de mais essa edição.
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Escritora Thamires, lançando seu livro e Maria Elisa
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Acadêmicos da ACADELP  e a Professora e escritora Rosana Silva

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Rosana Silva e Maria Elisa



Poesia premiada:


Escrever

Atravesso o imaginário
e crio histórias só para mim.
Faço heróis lendários,
viajo para lugares sem fim.

Marco reencontros,
promovo despedidas,
encontro em qualquer ponto,
dou voltas e idas.

Edito minhas próprias edições,
escrevo romances proibidos,
falo de loucura sem razões,
redijo meus textos preferidos.

Dou corda à ilusão,
encontro o príncipe encantado,
descubro uma paixão
para quem nunca foi apaixonado.

Revelo sentimentos enrustidos,
nasço quantas vidas quiser.
Escrevo com todos os sentimentos
e escreverei enquanto puder.

O lixo nosso de cada dia

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           Será que o Planeta está mais pesado? O que estamos fazendo com tanto lixo acumulado? Embora exista a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a situação da destinação do lixo no país é incerta, inviável, desordenada e incompatível com os conceitos de sustentabilidade. Sendo assim, é preciso repensar sobre o consumismo e formas de controlá-lo, bem como a destinação correta do lixo.
           A partir  da Revolução Industrial, a produção em massa avançou substancialmente e, com o decorrer dos anos, aliado ao avanço tecnológico e ao progressivo aumento populacional, a geração de lixo teve, também, um crescimento exorbitante. 
           Sem pensar no futuro, várias gerações não se preocuparam com o destino dos resíduos, dispensando-os em lixões a céu aberto, sem qualquer cuidado com lixo tóxico, causando impactos irreversíveis no meio ambiente. Só  em 2013, 42% do lixo era depositado em locais inapropriados como lixões e aterros. Isso prejudica o solo, causando a poluição da região e dos rios. 
    Segundo a Abrelpe (Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), entre 2003 a 2014, a geração de lixo aumentou 29% enquanto a população aumentou 6%. Isso significa que o brasileiro produz, em média, 1,100Kg  lixo por dia, totalizando mais de 70 milhões de toneladas por ano. É muito lixo para pouco espaço. É muito consumo desnecessário. É muita sacolinha plástica que é jogada em qualquer lugar, sem nenhum tipo de preocupação. 
          Fica evidente que por trás da geração de lixo existem causas preocupantes, como a desigualdade social, por exemplo. Enquanto o brasileiro produz mais de um quilo de lixo por dia, há miseráveis espalhados pelo mundo, que não produzem nem 1/5 disso, como a Somália e outros países do continente africano.
           Outra causa é o consumo desenfreado e desnecessário, provocado pela criação de novos produtos diariamente, especialmente os tecnológicos, que se tornam obsoletos de forma rápida e crescente. E o pior de todos é o desperdício, toneladas de alimentos são jogados fora, enquanto há milhares de famintos sem ter o que comer.
          É preciso conscientizar as pessoas sobre a necessidade de preservar o meio ambiente, adotando hábitos simples, como consumir somente o necessário, separar o lixo para a coleta seletiva e evitar o desperdício de alimentos. As empresas precisam adotar medidas preventivas de conservação ambiental, desenvolvendo-se de modo sustentável, cuidando do seu lixo com responsabilidade e compromisso. O Estado precisa criar meios de incentivar a reciclagem, alocar recursos para a destinação correta do lixo e fiscalizar as empresas e indústrias e, é claro, premiar empresas comprometidas com as questões ambientais. Só assim, podemos contar com um Planeta limpo e seguro para as próximas gerações. 
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sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Poesia para lembrar a luta do negro


Poema de 


Me gritaram negra!

Tinha sete anos apenas,
apenas sete anos,
Como sete anos?!
Não chegava nem a cinco!

De repente umas vozes na rua
me gritaram negra!

Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Negra! Negra!

"Sou por acaso negra?" - me disse
SIM!
"O que é isso, ser negra?"
Negra!
Eu não conhecia a verdade triste que isso ocultava.
Negra!
E me senti negra,
Negra!
Como eles diziam
Negra!
E retrocedi
Negra!
Como eles queriam
Negra!
E odiei meus cabelos e meus grossos lábios
e olhei apequenada minha carne tostada
E retrocedi
Negra!
E retrocedi...
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Neeegra!
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Negra! Negra!

E passava o tempo,
e sempre amargurada
Continuava carregando às costas
minha carga pesarosa
E como pesava!

Alisei meu cabelo,
pus pó-de-arroz na cara,
e em minhas entranhas retumbava a mesma palavra
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Neeegra!

Até que um dia em que retrocedia, retrocedia e estava
           [ prestes a cair

Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Negra! Negra!
Negra! Negra! Negra!


E daí?
E daí?

Negra!
Sim
Negra!
Sou
Negra!
Negra
Negra!
Sou negra!

De hoje em diante não quero
alisar meu cabelo
Não quero
E vou rir daqueles
que para evitar - segundo eles -
que para evitarmos algum dissabor
Chamam os negros de gente de cor
E de que cor?!
NEGRO

E como soa lindo!
NEGRO
E olha esse ritmo!

NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO

Por fim
Por fim compreendi
POR FIM
Ja não retrocedo
POR FIM
Avanço segura
POR FIM
E bendigo os céus porque quis Deus
que negro retinto fosse minha cor
E agora compreendi
POR FIM
Tenho a chave!

NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO NEGRO NEGRO
NEGRO NEGRO
Negra sou!



(tradução de Ricardo Domeneck)






Victoria Santa Cruz é uma coreógrafa, dançarina, figurinista e poeta peruana, nascida em Lima em 1922. É irmã do poeta Nicomedes Santa Cruz. Estudou em Paris na Escola Superior de Estudos Coreográficos, onde criou os figurinos de peças como El retablo de don Cristóbal, de Federico García Lorca, e La rosa de papel, de Ramón del Valle Inclán. De volta ao Peru, fundou o Teatro y Danzas Negras del Perú. Apresentou-se e lecinou em diversos países, como Estados Unidos, Canadá, El Salvador, Guatemala, França, Bélgica, Suiça, Rússia e Israel, entre outros. Vive e trabalha, aos 91 anos, em Lima. Agradecemos a Marcus Fabiano Gonçalves por chamar nossa atenção para seu trabalho.

Negra negra: eu sou!

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          "De repente umas vozes na rua/me gritaram Negra!/Negra, negra, negra!" Esses versos da poetisa peruana Victoria Santa Cruz refletem a discriminação racial que existe em quase todo o mundo e ainda persiste até hoje. 
           Não precisamos ir tão longe nem há muito tempo para encontrar vestígios do preconceito e da segregação racial. Nos anos de 1960,  em Joanesburgo, na África do Sul, quase 20.000 pessoas protestaram contra o absurdo da Lei do Passe, que obrigava a população negra a usar um cartão que apontava os locais onde a sua circulação era permitida. Embora a manifestação fosse pacífica, a polícia do regime de apartheid, violentamente, abriu fogo contra a multidão desarmada. O resultado: 69 mortos. Esse regime, que cerceava os direitos humanos, perdurou por anos, encerrando-se em 1994. 
          Hoje, não existem regimes contra o negro, pelo menos no papel. Mas os resquícios dessa segregação resistem e a discriminação ocorre diariamente e parece não ter fim. A mídia mostra esses casos quando ocorrem com famosos, no entanto não apresentam à população as injúrias e os crimes que acontecem corriqueiramente com pessoas comuns.
         A televisão e o cinema são, prioritariamente, "branca". Isso não tem como refutar. Apresentadores de telejornais, elenco da novela e vários outros tipos de entretenimento são formados, em sua maioria, por pessoas brancas. Nas novelas o negro é a empregada, o motorista; no cinema a negra é a dama de companhia da princesa. Isso mostra que o regime do apartheid e de segregação ainda resiste.
            Dados do documento O Mapa da Violência confirmam que a maioria das vítimas são negros pobres. Outras pesquisas mostram que a discriminação é também fortemente percebida na formação educacional. Por outro lado, as cotas para negros é uma ação afirmativa que tende a diminuir esse impasse, haja vista a quantidade de jovens negros que tiveram a oportunidade de entrar na universidade por esse meio.
             É preciso se conscientizar de que o preconceito, por si só, já demonstra toda nossa ignorância, e o preconceito racial é um denúncia da nossa insensatez, da estupidez humana  e da falsa ideia de superioridade do branco. Está comprovado cientificamente de que não existe raça pura e esse conceito de raça é ineficiente e ultrapassado para classificar os seres humanos. 
             Todos temos sangue negro correndo em nossas veias. Então negra eu sou! Desse modo, o Dia da Consciência Negra é uma tentativa de mitigar a ideia de respeito e de igualdade entre os homens, e serve para nos lembrar da luta dos negros pelos seus direitos, pela sua liberdade. Precisamos nos lembrar de que todos somos iguais. 


segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Rir é a melhor opção

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         Estamos vivendo em uma época de grandes transformações de todos os tipos como educacionais, trabalhistas, culturais, políticas e sociais. Isso é bom e, ao mesmo tempo, nos impõem mudanças no modo de vida, de pensamento, de agir e de reagir diante de tantas tribulações às quais estamos expostos. Desse modo, a melhor forma de lidar bem com qualquer situação adversa é conservar o equilíbrio e o senso de humor.
         De acordo com Freud, um dos maiores psicanalistas, conservar o humor é uma demonstração de boa saúde mental. Ter a capacidade de se manter bem-humorado mesmo diante de situações complicadas é fundamental para viver bem neste mundo instável e conturbado.
           O humor faz bem em toda e qualquer circunstância. É este senso que ajuda a suportar a futilidade de inúmeras atividades humanas e a enfrentar os desgostos diários que fazem parte da nossa existência. 
             Rir diante de tantos problemas é uma dádiva, no entanto é preciso de um riso saudável, que não pode ser confundido com cinismo, muito menos com a ironia. Esta é um tipo de deboche, é o rir do outro, rir dos infortúnios dos outros de forma desumana; e o cinismo trata-se de um riso de amargura e inveja, e desses risos devemos ter distância.
            O estado de humor, assim como o estado de alegria e tristeza, é variável, pois depende das experiências cotidianas. Por mais que se tenta manter o equilíbrio e o humor, há situações muito desagradáveis, humanamente impossíveis de ficar de bom humor.  Mas é importante ressaltar que a busca constante de equilíbrio, evitando a ira, a agonia e o lamento é importante tanto para viver bem socialmente como para a conservação da saúde física e mental.
            Nesse sentido, a habilidade de rir, de ter senso de humor é a melhor opção para viver bem, manter boas relações afetivas e cultivar os laços de amizade. Afinal, é preferível ficar perto de pessoas de bom humor e otimistas a ficar com gente mal-humorada e de mal com a vida. Assim, conforme os ditados populares, o melhor remédio é sorrir e para o que não tem remédio, remediado está.
            


segunda-feira, 6 de novembro de 2017

As consequências da desonestidade

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          É impressionante o rumo que o país está tomando em relação às suas tomadas de decisão no campo político, resultando em consequências terríveis como o desmantelamento do bem comum, da cidadania, de civilidade e da ética. Descaradamente, em outras épocas, os desmandos e a imbecilidade que destroem uma nação não aconteciam assim, de forma deliberada e com o aval da nossa justiça. Hoje, estamos incrédulos, assistindo a um jogo de troca de favores para que políticos, desonestos e traidores do povo, se mantenham no poder a todo custo. 
            Trata-se de uma atitude mesquinha e avassaladora, capaz de comprometer os avanços do Brasil em diversos segmentos, imprescindíveis para ter uma vida digna como: saúde, trabalho,  segurança, educação, moradia e lazer. Além disso, essas atitudes e decisões que vêm ocorrendo rompem com a cidadania e empeçam ainda mais as soluções para inúmeras dificuldades que estamos enfrentando e ficamos, dia após dia, sem respostas para nossas necessidades e angústias. 
         Presenciamos, infelizmente, um cabuloso jogo de compra e venda de poder e de influência, com dinheiro público, de origem incerta, sem nenhuma preocupação com o povo. Este está submisso a uma classe que não tem credibilidade, mas ainda está mandando e desmandando, gasta tempo com resolução dos próprios problemas, enquanto o brasileiro, inerte e sofrido, assiste a tudo.
           O Brasil está sem força e sem moral. Só há projetos e propostas, como as reformas desumanas, que desestimulam a sociedade e incentivam a violência, a impunidade, a falta de ética e o respeito. A falta de escrúpulos e o excesso de mesquinharia aceleram a mesma dinâmica: desconsideram-se os mais pobres e mantêm-se os privilégios; prevalece a impunidade, roubo não é errado, falta de ética é aceitável, já que os nossos líderes podem tudo, muitos acreditam que podem também, completando esse círculo vicioso de opressão e violência moral. Assim, o país perde a força para sustentar e estimular uma sociedade justa, respeitosa, igualitária e fraterna.
         Para reverter esse quadro, não basta votar certo, é preciso mudar, mas a mudança tem de começar dentro de cada um de nós, em nossa casa, ensinando a importância da honestidade, de honrar os compromissos e as promessas. É necessário que se cultive a generosidade, a partilha, o respeito ao próximo e valores de convivência e tolerância, para que a futura geração compreenda que esse é o melhor caminho para mudar o rumo do país. Sem valores, o homem, os nossos filhos serão incapazes de escrever a própria história com dignidade, respeito e honestidade e sem tudo isso, as consequências da desonestidade são irreversíveis.


A tolerância é o caminho

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       Não há como negar a intolerância religiosa no Brasil. É só acontecer uma festa tradicional de uma determinada doutrina para ver os insultos e a barbárie cometida por aqueles que professam uma fé de uma religião diferente ou por ateus.
       Vale lembrar que o artigo 5º da nossa constituição deixa claro o Princípio da igualdade de que todos são iguais perante a lei, independentemente de sua crença. Além disso, há outro princípio muito importante que é o da liberdade, também garantido por lei, ou seja, cada um pode ter a religião que quiser, por isso é preciso respeitar.
         Entretanto todos sabem que a intolerância encontra um prato cheio no ciberespaço, isto é, nas redes sociais, já que é muito fácil escrever, curtir e compartilhar o que quiser. Assim, muitos usuários não respeitam a crença religiosa e insultam, mostrando todo o ódio e a intolerância.
         Ademais, o que não pode ser esquecido é que o nosso país tem, em sua maioria, cristãos católicos que manifestam sua fé, seguindo vários ritos tradicionais. Um exemplo dessa religiosidade está nas festas de Nossa Senhora Aparecida, em que se usam foguetes e em Finados, em que se lembram dos mortos, levando flores aos túmulos. 
        É importante afirmar que os foguetes são criticados apenas quando se trata desta festa religiosa e o fato de levar flores não implica que o católico acredita que os mortos  estejam ali, nos túmulos. Também há outros exemplos, como o candomblé que é outra doutrina muito criticada, que merece respeito e tolerância; o modo de se vestir dos evangélicos; e até a falta de fé dos ateus precisa ser respeitada por todos. Afinal, nem todos acreditam em Deus, e embora pareça estranho essa descrença, nem todos conseguem enxergar a presença divina  e a tolerância se estabelece aí também: aceitar a todos, independentemente de sua crença ou descrença, conforme afirmou o Papa Francisco.
         É preciso respeitar, aceitar a escolha de cada um. Se não gosta ou acha esta ou aquela demonstração de fé uma besteira, respeita. Não é preciso gostar ou aceitar determinada doutrina, mas, sobretudo, respeitar sempre, e o amor ao próximo está em amá-lo, independentemente de suas escolhas.


Jornada Literária 2023

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