Pernas
fortes e bem torneadas, cintura fina, corpo turbinado e sem nenhum vestígio de
sinais do tempo: este é o modelo de corpo perfeito, sonhado e procurado por
muitos. Mulheres e homens têm investido em diversos modos para alcançar a forma
física desejada. Assim lançam mão de produtos industrializados, remédios,
academias e cirurgias plásticas. No entanto, inúmeros indivíduos desejam o
retorno rápido e recorrem a intervenções inseguras, colocando em risco a
própria vida. Então, vale tudo para ter o corpo perfeito?
A
busca da perfeição é muito antiga. Na Antiguidade, o ideal de beleza era a
deusa Afrodite e que, mais tarde, foi imortalizada na pintura de Sandro
Botticelli, em 1485. Também na Grécia antiga, a busca pela perfeição e a beleza
física era altamente valorizada, juntamente com um intelecto desenvolvido. Em Esparta,
os espartanos buscavam o corpo atlético e forte também para fins militares.
Em
toda a história, percebe-se que o padrão de beleza é moldado conforme a região
e a época. O bonito em um país pode ser feio em outras culturas. Para os
árabes, por exemplo, mulher bonita é aquela mais “cheinha”. Já, no Ocidente, o
padrão de beleza não é único, mas há dois que devem ser ressaltados. De um lado
têm-se os modelos da moda, expressos por uma magreza que beira à anorexia; por
outro se têm as mulheres latino-americanas, especialmente as brasileiras, com
curvas mais acentuadas.
Cabe
ressaltar que a busca excessiva pela beleza tem elevado o número de cirurgias
plásticas em quase todo o mundo, a mais procurada é a lipoaspiração. O Brasil
ocupa o 2º lugar em cirurgias e em número de academias de ginástica, perdendo apenas
para os Estados Unidos. Nos últimos quatro anos, de acordo com a Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência, as cirurgias estéticas em adolescentes
aumentaram em 141%. Segundo a Fecomercio, de São Paulo, os gastos anuais com
cabeleireiros, manicure e pedicure somam R$ 20,3 bilhões, montante 18% maior do
que o gasto com a educação. E o valor dispendido com academias e cirurgias é de
se perder de vista.
O
problema não é a busca pela beleza, mas os meios que se usam para alcançá-la.
Como há procedimentos estéticos com preços exorbitantes, muitos jovens recorrem
a métodos e a profissionais duvidosos. Para ilustrar, pode-se citar o caso de
Andressa Urach que quase perdeu a vida ao aplicar hidrogel em seu corpo. Não
teve a mesma sorte um rapaz de 18 anos, de São Paulo, que morreu após aplicar a
mesma substância em seu pênis, e um outro teve o membro amputado. É triste constatar que ao menos uma pessoa
morre por mês em cirurgias plásticas no Brasil.
Honoré de Balzac disse: “deve-se deixar a vaidade aos que não têm outra coisa para exibir”.
O que ele quer dizer é que se deve buscar, sim, o corpo perfeito, mas deve ser
lado a lado com a intelectualidade, com a saúde e com a espiritualidade. Caso
contrário, o que vale ter um corpo exuberante com a mente vazia e sem ter saúde
para usufruí-lo? Portanto o que se deve fazer é bem simples: ter senso,
cultivar hábitos alimentares saudáveis, ter uma rotina de exercícios adequada e
praticar esportes. Caso necessite, procure especialistas e profissionais que
realmente entendam do assunto e, sempre que puder, exercitar os músculos do
cérebro. Um bom livro ajuda e muito.
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