Há 30 anos, os constituintes foram sensíveis à
realidade do povo e consolidaram a Carta Magna, marco da democracia no Brasil.
Por conseguinte, para garantir e preservar o regime democrático do país, é
necessário que todas as ações dos três poderes - Executivo, Legislativo e
Judiciário - ajam consoante à Constituição, que está pautada na lei moral,
valores e princípios. Esse ditame maior é soberano e depende do verdadeiro
equilíbrio entre os poderes.
Nesse sentido, é de suma importância para a
continuidade da democracia e a busca de solução para os problemas brasileiros
que esse equilíbrio seja posto em prática sem relativizar os direitos e os
deveres em prol deste ou daquele grupo. Dois pesos e duas medidas é o maior
erro numa democracia e precisa ser evitado. Sendo assim, o novo presidente
eleito deve, sobretudo, agir fundamentado na Constituição Cidadã, escutando a
sociedade, bem como seus anseios. Isso é democracia, qualquer ação contrária, é
um risco, é uma afronta e não deve ser tolerado.
Cabe ressaltar que a eleição não é uma poção mágica
que vai resolver todos os óbices de um dia para o outro, no entanto os eleitos,
nesse período de transição, vão dando pistas do que se pode esperar deles.
Nesse ínterim, é fundamental que as pistas sejam de esperança e de serviço para
o bem comum e para os mais necessitados, e não de interesses pessoais .
Além disso, os líderes precisam governar com
respeito ao povo, ao erário, aos ditames e, sobretudo, à população mais
necessitada. Segundo John Kennedy: “Se uma sociedade livre não pode ajudar a
seus muitos pobres, também não poderá salvar a seus poucos ricos “. Desse modo,
engana-se quem considera ideal o modelo de governo para a elite, de nada
adianta um regime que deseja o enriquecimento do mais rico e o empobrecimento
do mais pobre, isso é perpetuar a desigualdade. Sabe-se que a igualdade social
é um sonho, mas o fosso entre a riqueza e a pobreza precisa, sim, ser
diminuído.
Neste sentido, espera-se que os políticos,
vencedores desta eleição, possam governar com responsabilidade, compromisso e
equidade, levando em conta os preceitos democráticos, já que “as ações dos
seres humanos são as melhores intérpretes de seus pensamentos”, afirmou John
Locke. Assim, além de tudo isso, devem lutar pela dignidade humana, igualdade e
liberdade- aspectos fundamentais da Declaração Universal dos Direitos Humanos
para uma vida melhor. E mais fraterna.