É lamentável que ainda veem-se, nos
noticiários, crimes bárbaros contra crianças. Recentemente, um bebê de apenas 6
meses de vida foi estuprado pelo padrasto numa cidade de Minas Gerais. Na mesma
semana, outro foi encontrado numa caçamba de lixo. Outra criança sofria abuso
sexual dentro da própria casa e milhares de outras, diariamente, são
espancadas, abandonadas e assassinadas, muitas vezes, pelos pais. Até quando
isso vai acontecer?
Quem é que não se lembra da menina Isabela
Nardoni, atirada do prédio pelo pai e madrasta; do menino Bernardo, morto pela
madrasta com o aval do pai; do menino Hélio, arrastado por quilômetros por um
carro no Rio de Janeiro, por assaltantes. Infelizmente, há inúmeros casos,
noticiados pela mídia. E muitos outros não foram tratados pelos meios de
comunicação. E quantos algozes não são punidos e acham que um tapinha não dói,
justificando que estão apenas educando seus filhos? E o pior, quantas Isabelas,
Bernardos e Hélios estão sendo ceifados ainda hoje? Ou quantos meninos e
meninas sofrem maus tratos, abandono de todas as espécies e estão correndo
risco de morrer?
A violência infantil é um caso sério e
precisa ser analisado o quanto antes, para evitar que a triste estatística
continue subindo aceleradamente. É preciso compreender o que leva um adulto,
especialmente os pais, os padrastos, os cuidadores e até professores a usarem a
agressividade contra seres tão inocentes e indefesos. São justamente esses que
mais devem cuidar dos pequenos, darem atenção, carinho, sustento, educação e,
sobretudo, amor.
Para o UNICEF – Fundo das Nações Unidas para
a Infância - quase um bilhão de crianças no mundo sofrem punições severas; os homicídios
de crianças e adolescentes representam 10% de todo o mundo. De acordo com
pesquisas, são nos hospitais e nas escolas que profissionais detectam casos de
violência. São muitas notificações existentes de crianças que dão entrada nos
hospitais, por diversos motivos, e somente lá é que se descobre a farsa, e o
que parecia apenas um tombo, um pequeno acidente, são marcas de agressão, negligência
e de abuso. Na escola, são os professores que veem as agressões.
É preciso mudar esse cenário violento e
hostil. Não dá para aceitar tamanha crueldade. Pais e mães devem ficar mais
atentos, saber onde o filho vai dormir, com quem ele está. É preciso prestar
atenção se cada pai, cada mãe não está sem paciência demais, se está cansado
demais e não percebe que está sendo agressivo com o filho. Há muitos pais
intolerantes, que estão dispostos a baterem quando têm que conversar, dar
atenção e carinho. Também, devemos lembrar que existem padrastos e madrastas
tão bons e amorosos quanto os próprios pais. Jamais podemos generalizar a
situação. A violência, de todo o tipo, é repugnante, mas contra crianças é crudelíssima.
Criança é um ser vulnerável que precisa é de amor, de cuidados, de proteção, de
respeito, de limite e de educação. Basta de violência.
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