quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Artigo de opinião – Mobilidade no trânsito: será possível?


É amplamente visível que as cidades cresceram e de forma descontrolada e sem planejamento. Esse crescimento trouxe impactos positivos para o desenvolvimento econômico. No entanto diversos empecilhos vieram juntos: desertificação das áreas urbanas, aumento da insegurança e um trânsito confuso e caótico. Assim, a imobilidade urbana em grandes e pequenas cidades tem trazido estresse a quem precisa usar as áreas centrais. Diante disso, é possível reverter esse quadro e garantir o direito de ir e vir sem sofrer tanto?
Uma das razões que favoreceu a mudança no trânsito foi o aumento da frota no país. Estima-se que houve um aumento de 400% de veículos nas ruas nos últimos anos. Tal fenômeno se deu com a abertura de mercado e de crédito e a ascensão da Classe C. Além disso, as cidades não se prepararam para receber tantos veículos, já que não houve investimento em infraestrutura e não há vestígios de mudança no projeto arquitetônico dos municípios. Outro fator preponderante é a omissão dos poderes públicos em tomar atitudes para modificar tal situação, a fim de garantir os direitos dos cidadãos e a segurança. Vive-se, hoje, uma guerra travada entre motoristas e pedestres e, nessa batalha, todos saem perdendo. Cabe ressaltar que, no Brasil, não há cidade idealizada para o pedestre, muito menos para ciclistas.
A conscientização de que o pedestre é mais importante que os veículos é necessária e urgente, bem como a educação no trânsito. A intolerância, a falta de educação e respeito e a própria correria do cotidiano fomentam as brigas diárias. Basta observar, por poucos instantes, para flagrar cenas de infrações. Falta civilidade. Boa parte dos motoristas não respeitam a sinalização nem a faixa para pedestre, aceleram mais que o permitido, não acionam a seta e estacionam em lugares proibidos.
Em novembro de 2015, a cúpula da ONU (Organização das Nações Unidas), formada por 193 países, estará reunida em Brasília para a 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito. Estes países iniciaram a discussão em setembro sobre o Desenvolvimento Sustentável 2015, em Nova York, e se comprometeram a proporcionar transporte seguro, sustentável e a preço acessível para todos até 2030, principalmente para as pessoas em situação de vulnerabilidade, como idosos. É o primeiro passo e que precisa ser seguido.
A mudança na realidade das pequenas e grandes cidades do Brasil deve e precisa ocorrer, sendo possível modificar o atual quadro caótico de mobilidade urbana. Cabe aos poderes públicos – Legislativo, Executivo, Judiciário – ações efetivas para melhorar o trânsito. A sociedade, por sua vez, deve ser mais educada, tolerante e civilizada para aliviar a situação e modificar a sua cultura, para implantar atitudes mais humanizadas e menos selvagens. Um pouco de civilidade cabe em qualquer lugar e faz bem para todo o mundo.



 



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