quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Artigo de Opinião: O avanço do terrorismo

O avanço do terrorismo

O dia 11 de setembro de 2001 ficou marcado na história, infelizmente, devido a um dos maiores atentados de todos os tempos: o ataque terrorista às Torres Gêmeas, em Nova York. Foi inacreditável a ação terrorista do grupo Al-Qaeda, na época, liderada por Osama bin Laden, morto em 2011. O mundo todo ficou chocado com tamanha brutalidade, mas o que ninguém imaginava é que pudessem existir grupos terroristas piores, mais cruéis que a Al-Qaeda. Hoje, há uma lista como o Talibã, Boko Haram e o mais temido de todo: o EIIS – Estado Islâmico no Iraque e na Síria.
Não é preciso morar no Paquistão, na Síria ou em qualquer outra parte do Oriente Médio para se ter a dimensão da violência, da desumanidade e da devastação que esses terroristas têm espalhado de forma acelerada e sanguinolenta. Os noticiários não se cansam de mostrar os ataques a diversos pontos como praças, mercados, igrejas, nem as escolas são poupadas.
Além do oriente, países europeus e africanos também são alvos constantes. Neste ano, o EI (Estado Islâmico) foi o autor de diversos atentados, deixando centenas de mortos. Todas as semanas, o grupo terrorista EI reivindica a autoria de ataques e se mostra mais cruel e sem limites para executar pessoas inocentes. O massacre é contínuo e compartilhado pelos algozes em redes sociais, onde os terroristas expõem os crimes, de forma espontânea, sem precedentes. As atrocidades são filmadas, veiculadas para que todos possam ver as mortes, sempre regradas com requintes de crueldade, que jamais pensávamos que alguém tivesse coragem de fazer. Queimam, esquartejam, crucificam, degolam. Não há limite. Nesta semana, 11 de agosto, o ataque do EI foi longe demais ao explodir, de uma só vez, 10 pessoas.
Vidas estão sendo ceifadas, famílias destruídas, crianças mortas e sonhos interrompidos, se é que é possível sonhar quando se vive numa triste realidade como a que vemos hoje, principalmente na Síria, onde as condições subumanas batem recordes, onde cada um escolhe morrer ou morrer. Sim, isso mesmo, aqueles que tentam fugir dos terroristas estão entre os milhares de refugiados. Muitos destes perderam suas vidas numa fuga arriscada, sem nenhuma esperança. Para especialistas, o que está acontecendo na Síria e em seu entorno pode ser considerado a maior catástrofe deste século.
Estamos assistindo a tudo isso e nada podemos fazer. Onde estão aqueles que podem frear os atentados terroristas? O que está faltando para que todos os chefes de nação se unam para um único fim: acabar com o terrorismo e conter o seu avanço? E o que se sabe é que jovens, sem perspectivas de vida, sem compromisso com o próximo e com Deus, de diversas nacionalidades, estão sendo recrutados, treinados e integrados a esses grupos.
Não podemos, de modo algum, perder a perplexidade diante de fatos como esses, como se o terrorismo não fosse uma dura realidade, porque está longe do Brasil. Não podemos perder aquilo que nos torna humanos, o sentimento. Cada vez que um ser humano sofre, com as mazelas deste mundo, nossa consciência humana nos leva a sofrer também. Carlos Drummond de Andrade, em uma poesia, desabafou: “quando me levantar, o céu estará morto e saqueado, eu mesmo estarei morto, morto meu desejo, morto o pântano sem acordes”. E assim me sinto, morta, triste, sem poder fazer nada para evitar que, do outro lado do mundo, pessoas que nem conheço morram nas mãos de terroristas, de forma cruel, desumana. Hoje é aquele povo que sofre tanto. Amanhã, quem será? Eu, você?


Por Rosana Cristina Ferreira Silva

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