Os
atletas “normais” deixaram a vila, as quadras e o palco olímpicos e
abriram espaço para os atletas “heróis”,
a fim de estes darem um espetáculo de superação para o mundo todo.
Para
nós, meros humanos e mortais, correr 100 metros, acertar o alvo ou nadar nos
parecem esportes simples e fáceis. No entanto, para muitos, terminar uma
competição significa romper com os mais severos desafios, enfrentar as
barreiras mais intransponíveis da física e superar os mais inimagináveis
limites humanos.
Ao
assistir aos jogos Paralímpicos Rio 2016, é difícil não se emocionar com os
exemplos de força de vontade, de disciplina e de determinação. É ainda mais
surpreendente quando se descobre a história de vida dos atletas paralímpicos.
Cada um com suas limitações e deficiências físicas ou intelectuais, cada um com
seu relato de vida e de luta. Uma luta diária para viver com dignidade,
respeito e com o mínimo de qualidade de vida a que todos têm direito, como
preconiza a nossa Carta Magna.
Além
das próprias limitações impostas pela deficiência, diariamente, eles precisam
lidar com outras deficiências como a falta de planejamento arquitetônico e de
acessibilidade das cidades, com a ausência de respeito de boa parte da
sociedade e de desprovimento de vagas no mercado de trabalho.
Espera-se
que os ares paralímpicos possam inspirar cada ser humano para que possa
enxergar além das aparências, para que se torne mais respeitoso, solidário,
cidadão e companheiro. Que o exemplo dos superatletas se estenda a toda a sociedade,
às lideranças políticas, judiciárias e religiosas, para que construam um mundo
mais igualitário em oportunidades, mais fraterno e humanizado.
Podemos
afirmar que ainda há esperança de que os jogos no Rio de Janeiro, com tanto
exemplo de força de vontade, humildade e profissionalismo, deixem um legado ao
nosso país que tanto necessita de uma nova realidade social e humanística, para
continuar sua caminhada rumo ao desenvolvimento em todas as suas dimensões. Os
atletas da superação alcançaram a vitória a partir do momento em que deixaram
de reclamar da vida e tentaram alçar voos mais altos. E por que não ousamos
fazer o mesmo?