A mudança só ocorre se tivermos hábitos e valores que possam servir de exemplo, caso contrário, somos tão corruptos e hipócritas quanto falsos líderes
A instabilidade e a incerteza política,
cultural e socioeconômica a que estamos assistindo são preocupantes. Parece que
há uma contaminação proliferando que abrange todos os segmentos da sociedade, que
alcança especialmente os jovens, causando uma ruptura com a dignidade humana e
com os sentimentos de solidariedade, altruísmo e esperança.
Na busca incessante por poder e privilégio,
muitos representantes do povo não medem esforços. Assim deixam de lado a sua
tarefa de cuidar do bem comum, de gerir o erário com responsabilidade e,
principalmente, de zelar do povo em todas as suas dimensões como a biológica e a
social, por exemplo. E quando uma comunidade é deixada à margem, esta sofre com
as piores consequências como o aumento da violência, resultado da sensação de
impunidade.
Vale destacar que quando uma cidade, estado
ou nação não têm líderes em quem seu povo possa se espelhar ou seguir, fica
difícil adotar ações que visem à fraternidade e ao respeito, e onde isso não
existe, infelizmente há espaço para a desordem tanto física quanto psicológica,
gerando a sensação de que não existe solução nem esperança. Além disso, a corrupção é um elemento
corrosivo dos sentimentos mais nobres que é o altruísmo e que todo o político
deveria ter para gerir dignamente.
Para romper com a cultura da busca de poder e
privilégio, sem medida, é preciso uma conversão de hábitos e valores em todo o cenário
nacional. É necessário repensar a formação moral e cidadã de cada indivíduo, a
fim de uma conscientização de que vale a pena ser honesto e altruísta, não
somente no cenário político, mas em qualquer situação, mesmo quando se está
sozinho, sem ninguém para vigiar. Entretanto tal formação deve ser enraizada
desde pequeno, no berço familiar; na escola, com exemplo de professores
comprometidos; nas eleições, com políticos e eleitores sensatos, justos e
honestos; na sociedade toda, com cidadãos mais civilizados e tolerantes. Só
assim podemos esperar um futuro com estabilidade socioeconômica e psicológica.
Não dá mais para ver nossos jovens sem esperança e sem perspectivas.