segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Eleições e novos rumos



       O resultado dessa última eleição mostrou a cara dos eleitores e dos novos eleitos, bem como os anseios e necessidades de uma grande parcela social. Diante disso, deve-se reconhecer as transformações que vêm ocorrendo no cenário político e esperar bons augúrios. 

          Primeiramente, é extremamente fundamental refletir esse recado dado nas urnas: o povo quer mudança, igualdade de direitos e, principalmente, ser ouvido e visto. Assim, analisar o resultado das eleições é imprescindível. E o que foi dito?

         Mesmo com números significativos em 2020, ainda é baixa a inclusão de mulheres e de pessoas LGBTQIA+ na política brasileira. Porém, a cada período eleitoral, essa realidade vai ganhando novas nuances,  e mais cidadãos vão se encorajando a adentrar nesse cenário. 

         De acordo com os dados do TSE - Tribunal Superior Eleitoral-  neste ano, 651 prefeitas foram eleitas (12,1%), contra 4.750 prefeitos (87,9%). Em relação às câmaras municipais, 9.196 vereadoras foram eleitas (16%), contra 48.265 vereadores (84%). Embora representarem 51,8% da população e mais de 52% do eleitorado brasileiro, as mulheres ainda são minoria na política. 

         Por outro lado, ainda que poucos, deve-se comemorar a vitória da diversidade nas urnas: mais de 70 vereadores LGBTQIA+ foram eleitos no Brasil, um feito histórico para o país, líder mundial de assassinatos de pessoas transgêneros. Em Belo Horizonte, a vereadora mais bem votada de todos os tempos foi a professora Duda Salabert. 

            Portanto, diante desse resultado, é preciso de políticas públicas que incentivem maior representatividade feminina na política do país e da sociedade LGBTQIA+. Só teremos uma sociedade mais justa se tivermos mais diversidade, respeito e vontade política. Mas a mudança já começou e não vai parar por aí.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Consciência negra: resistência e celebração



       Em pleno século XXI, precisamos discutir o racismo. Assim, é necessário utilizar o Dia da Consciência Negra para refletir a situação dos negros no Brasil, a fim de mudar a nossa realidade e propor ações de enfrentamento ao crime de racismo. 

       Vale salientar a necessidade de celebrar o Dia da Consciência Negra. Se essa data existe é por que não há consciência do branco que, em sua maioria, sente-se superior. Além disso, o Mapa da Violência 2020 mostra que morrem mais negros do que brancos, simplesmente por sua cor de pele e que os casos de racismo aumentaram vertiginosamente.

       Um fator preocupante é que grande parcela da sociedade acredita que o racismo não existe, é contra as cotas para negros nas universidades, considera um “mimimi” as denúncias feitas devido às injúrias, não percebe os atos de racismo no seu dia a dia, não enxerga a imensa desigualdade existente e desconhece a história escravocrata, cujos resquícios se fazem presentes.

          Ademais, discursos racistas entre políticos, influencers e lideranças, que deveriam usar o poder para erradicar essa violência, contribuem com os preconceituosos e espalham intolerância e ódio. 

       Portanto, o Dia da Consciência Negra é persistência e celebração. Persistência porque os negros continuam sua luta por seus direitos e por igualdade; celebração porque deve-se celebrar cada vitória alcançada, deve-se comemorar cada espaço conquistado. Segundo Haile Selassie, “enquanto a cor  da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra”. Precisamos mudar isso e essa luta é de todos nós.

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

SUS- um patrimônio do Brasil


       Em meio ao maior caos mundial devido à pandemia, causado pelo coronavírus, é possível encontrar cidadãos cruéis e insanos que querem acabar com um dos maiores patrimônios do Brasil: o SUS (Sistema Único de Saúde). É preciso unir forças para defender o  SUS e lutar pelas conquistas alcançadas que contribuem com a diminuição da desigualdade social.

        É relevante saber que o SUS foi criado há 32 anos, pela Constituição Federal Brasileira. Vale ressaltar que é dever do Estado garantir saúde à população no Território Nacional. Isso significa que levar saúde de qualidade a todos não é favor, é lei e deve ser protegida pelos poderes - Executivo, Legislativo, Judiciário. 

       Ademais, em 1990, o Sus foi implementado quando o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Saúde. Tal lei traz detalhes do seu funcionamento e preceitos que se seguem até a atualidade. 

          Deve-se saber que esse sistema de saúde abrange praticamente tudo, desde uma vacina a complexas cirurgias, exames de rotina a tomografias. Governantes, também, devem disponibilizar melhores condições de atendimento nos postos de saúde, os PSFs, e cuidar do Sus, é lei constitucional, é direito do cidadão, é conquista do povo. Fazer o contrário é antidemocrático e imoral. 

       Portanto cabe a todas as instituições (todas, sejam elas públicas ou privadas) preservar o nosso Sistema Único de Saúde, garantindo ao brasileiro esse direito que lhe é garantido. Assiste à sociedade, vigiar, defender e proteger os preceitos constitucionais para que nenhum político cruel possa acabar com tudo o que foi criado para o bem comum. Defenda o SUS!

Estupro sem culpado


      Lamentavelmente, no Brasil, a cultura do estupro persiste e os índices são assustadores. Nesta semana, a luta para erradicar essa triste cultura perde força ao inventarem o “estupro culposo”. Medidas precisam ser tomadas, a fim de mudar esse quadro violento. 

           De acordo com o 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2020, o país bateu o recorde de violência sexual.  Foram notificadas  66 mil vítimas de estupro no Brasil em 2018, é a maior incidência desde 2007. Ainda é preciso ressaltar que o Anuário trata de casos denunciados, no entanto esse número seria mais alto caso todas as agressões fossem comunicadas. 

          E por que não denunciam? Porque vive-se numa sociedade machista, violenta e que culpa sempre é da própria mulher por ser violentada. Além disso, muitas sofrem abusos na própria família e são ameaçadas caso denunciem. 

          Ademais, o Brasil viu o caso da influencer Mariana Ferrer. Segundo a reportagem da Revista Veja, ela foi drogada e violentada pelo empresário André de Camargo em uma casa noturna, em 2018. Nas roupas da vítima, a perícia encontrou sêmen do empresário, ou seja, há provas para a condenação, mas mesmo assim o homem foi absolvido por “estupro culposo”, isto é, o estuprador não teve a “intenção” de estuprar. 

       Tem-se nesse caso um exemplo por que muitas mulheres não denunciam. Elas são quase sempre culpadas pelo estupro. No julgamento da moça, ela deveria ser acolhida, protegida, e tudo foi ao contrário: foi dupla e duramente humilhada e violentada. 

          Portanto medidas devem ser tomadas. Cabe ao Ministério da Justiça e de Segurança Pública rever a pena para esses agressores e promover maior segurança às vítimas sexualmente. Cabe à sociedade avaliar seus conceitos e lutar contra a violência para pôr um fim nesse crime em que o estuprador não pode se tornar a vítima. Nunca!

Jornada Literária 2023

  “Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos.” Cora Coralina A poesia, na educação, é um forte ...