sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Somos todos racistas?



O Brasil é um país multicultural, tendo influências de todos os continentes em sua cultura, religião, política, história e, sobretudo, a raça. A nossa Constituição, de 1988, contempla essas diversidades, especialmente em seu Artigo 5º, que promulga que todos são iguais. No entanto há um abismo entre a lei e a realidade, haja vista a triste constatação do racismo, ainda presente em pleno século XXI: resquícios da escravidão do país.
Pessoas comuns, que vivem longe dos holofotes, passam, diariamente, por situações semelhantes às da atriz Taís Araújo, da apresentadora Maria Júlia, dos jogadores Daniel Alves e "Aranha". Estes, por serem conhecidos, tiveram apoio da população, que se viu comovida diante dos atos racistas. E há inúmeros exemplos de intolerância racial não somente com negros. Quem não se lembra do índio Pataxó, queimado em Porto Seguro?
Os insultos são degradantes e cruéis e podem ser disseminados com apenas um clique. As redes sociais, que deveriam ser usadas para promover as campanhas de conscientização e fazer o bem comum, são usadas deliberadamente para falar mal, afrontar e denegrir o ser humano. Muitos internautas, sem fazer qualquer análise crítica, curtem ou compartilham postagens discriminatórias. Assim o cyberbullying - bullying na internet - é disseminado de modo incontrolável, tal como o racismo e a homofobia, por exemplo.
É inconcebível que ainda existam pessoas preconceituosas e intolerantes em relação ao próximo. É um clichê, mas é preciso reafirmar que todos somos iguais. Nenhum tipo de preconceito pode ser aceito pela população, seja ele qual for, religiosa, racial, social ou de gênero. Cabe, portanto, à família ser a primeira a manifestar-se contra o racismo e contra qualquer tipo de intolerância. Também a mídia deve usar sua força para conscientizar o povo de que a discriminação é o retrocesso de qualquer sociedade e é inaceitável. As nossas lideranças políticas e jurídicas devem deixar de ser complacentes com os bárbaros que se julgam melhores do que os outros. Além disso, as instituições educacionais devem favorecer a igualdade entre todos, promovendo as pessoas, cultivando uma cultura de paz e de equidade. Aproveitar este mês de novembro, que se contempla o dia da Consciência Negra, é um bom começo para a conscientização. Não dá mais para assistir a cenas de barbaridades. Chega. Hoje são insultos, o que será amanhã?


Por Rosana Cristina Ferreira Silva

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