sexta-feira, 23 de outubro de 2020

A cor da violência

 


       É amplamente perceptível o avanço da violência contra os negros no país que, infelizmente, traz um triste histórico escravocrata. Martin Luther King afirmou: “Nunca estarei satisfeito até que a segregação racial desapareça da América.” Esse pensamento deveria ser de todos, não apenas de quem luta contra a segregação e o racismo. Ações de combate ao preconceito devem ser colocadas em prática urgente.

       Segundo os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2020), a violência, neste ano, aumentou consideravelmente. As maiores vítimas são mulheres, jovens pobres e os negros. É válido saber que as informações do Anuário são fornecidas pelas secretarias de segurança pública estaduais, pelo Tesouro Nacional, pelas polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública. 

       Tal documento informa que o feminicídio teve 7,1% de aumento e das vítimas 66,6% são mulheres negras. Sobre a violência contra crianças e adolescentes, 75% são negros; 66,7% de negros sofrem com a desigualdade racial no sistema prisional; 65,1% dos policiais mortos são negros; no que tange à cor e raça nas intervenções policiais, 79,1% das vítimas fatais são negras. 

     Diante desses números exorbitantes de mortes de vidas negras, fica claro o genocídio racial que vem ocorrendo no Brasil, e muitos brasileiros insistem em afirmar que não há racismo no território nacional. Como afirmou a apresentadora Maju Coutinho: “tem que mudar a mentalidade de que preto parado é suspeito e correndo é culpado, isso tem que mudar”.

      Portanto essa triste realidade só poderá ser mudada , primeiramente, cumprindo integralmente a lei: racismo e injúria racial são crimes. Para isso, a polícia brasileira precisa ser enérgica nessa situação, para que a punição seja percebida por todos, a fim de coibir novos casos de violência racial. Cabe a cada cidadão reconhecer que todos são iguais e que a discriminação por cor é um ato totalmente desumano. Como Martin Luther King, ninguém deve se conformar com o racismo. 

Jornada Literária 2023

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