Há 131 anos o
Brasil se libertou da escravidão, por meio da Lei Áurea, sancionada em 13 de
maio de 1888, a qual pôs ponto final a uma das maiores tragédias da humanidade
e da história do país: a escravidão. A lei da Abolição da Escravatura foi
assinada por Dona Isabel, a princesa imperial do Brasil. No entanto, ainda se
veem os resquícios dessa crueldade nos tempos atuais, visto que a discriminação
racial ainda persiste e pode ser percebida em diversos contextos da sociedade
como nas ruas, no trabalho, nos estádios de futebol, no cinema e em outros
tantos segmentos.
É preciso ressaltar
que a discriminação racial existe em quase todo o mundo e ainda persiste até
hoje, hajam vistas as manifestações contrárias às cotas para negros para
ingresso na universidade. Trata-se de uma ação afirmativa, recurso previsto na
Constituição Federal, o que comprova a licitude das cotas para essa parcela
social dos brasileiros. É preciso ressaltar que as cotas não são relativas à
capacidade intelectual, mas, sim, como forma de correção dos erros cometidos no
passado contra os negros. Desse modo, esse tipo de ação afirmativa é necessária
e ainda está longe de retificar os crimes raciais e seus impactos causados a
várias gerações e descendentes dos negros que foram, severamente, excluídos da
sociedade.
O preconceito e a segregação racial é inadmissível e a luta é
antiga, Nos anos de 1960, em Joanesburgo, na África do Sul, quase
20.000 pessoas protestaram contra a Lei do Passe, que obrigava a população
negra a usar um cartão que apontava os locais onde a sua circulação era
permitida, durante o regime de apartheid. Esse regime, que cerceava os direitos
humanos e perdurou por anos, encerrando-se em 1994.
Ademais, hoje, não existem regimes contra o negro, pelo menos no
papel. Mas os resquícios dessa segregação resistem e a discriminação ocorre
diariamente. A mídia mostra esses casos quando ocorrem com famosos, no entanto
não apresentam à população as injúrias e os crimes que acontecem
corriqueiramente com pessoas comuns. Agora, com a limitação de verbas para as
universidades, as cotas correm o risco de serem erradicadas e,
consequentemente, poderá prejudicar milhares de estudantes brasileiros, que
estão em busca de oportunidades
Além disso, a televisão e o cinema são, prioritariamente,
"branca". Isso não tem como refutar. Apresentadores de telejornais,
elenco da novela e vários outros tipos de entretenimento são formados, em sua
maioria, por pessoas brancas. Nas novelas o negro é a empregada, o motorista;
no cinema a negra é a dama de companhia da princesa. Isso mostra que o regime
do apartheid e de segregação ainda resiste.
. Não se pode, portanto, afirmar que a discriminação racial
não existe. Todos temos sangue negro correndo em nossas veias. É preciso mitigar a
ideia de respeito e de igualdade entre os homens. A conscientização de que o
preconceito é uma ignorância é necessária. Está comprovado cientificamente de
que não existe raça pura e esse conceito de raça é ineficiente e ultrapassado
para classificar os seres humanos. Desse modo, a cota para negros nas universidades é uma
ação necessária e deve ser preservada para o bem de toda a coletividade.
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