segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

O avanço do feminicídio

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Segundo o Papa João Paulo II: “A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano “. Assim, com o avanço do feminicídio no Brasil, as mulheres estão perdendo não somente a dignidade e a liberdade, estão perdendo seu direito fundamental e o bem mais precioso: a própria vida.
De início, é importante entender o crime de feminicídio. Trata-se de um assassinato proposital de mulheres somente pelo fato de serem mulheres. Ainda, conforme o dicionário, é um crime de ódio contra os indivíduos do sexo feminino, que começa com agressões verbais, físicas e psicológicas.
Esse tipo de violência sempre existiu, no entanto, na última década, o avanço dessa brutalidade cresceu assustadoramente. Desde o início deste ano, já foram mais de 30 vítimas, em menos de 13 dias. De acordo com o Mapa da Violência de 2015, o território brasileiro ocupa a quinta posição no ranking de homicídios contra as mulheres num total de 83 nações.
Geralmente, quem comete os assassinatos são sujeitos íntimos da vítima, como maridos, namorados ou ex-marido, ex-companheiro, ex-namorado. A maioria dos casos notificados tem motivação fútil, ciúme doentio, possessão ou por que simplesmente não aceitam o fim do relacionamento que, na maior parte, é marcado por violência. Quando a mulher não aceita o fim do relacionamento, muitas brigam, xingam, ficam enfurecidas. O homem não, ele tem que se vingar, tem que matar.
Há lei própria para os crimes de feminicídio, que é considerado como hediondo, entretanto ainda ela não é capaz de exterminar essa maldade. Mesmo com aplicação de leis protetivas, ainda são incapazes de evitarem os crimes.
Além disso, a mulher é assassinada mais de uma vez: primeiro pelo assassino e depois pela sociedade que a julga culpada por ter sido morta. Isso é uma herança machista, preconceituosa e hipócrita que perdura na sociedade atual. Mulher nenhuma tem culpa, até porque os psicopatas enganam os maiores gênios.
Vale salientar que a maioria das últimas mulheres assassinadas buscaram ajuda, todavia não conseguiram escapar do agressor. Portanto se faz extremamente necessário que as mulheres, também toda a sociedade, fiquem atentas a relacionamentos suspeitos e denunciem, busquem ajuda. Essa luta é de todos e de todas e cada um tem co- responsabilidade dessa fúria insana. Basta de violência, basta de feminicídio.


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