Há muito tempo, ambientalistas vêm alertando
a população e as autoridades de que uma crise hídrica estava prestes a se
tornar uma realidade no país. Quem dera se estivessem enganados! 2015 foi um
ano seco e amargo para boa parte dos brasileiros devido à falta de água. No
entanto será que aprenderam alguma lição?
É sabido que existem vários fatores que
contribuem com a falta de água: escassez de chuvas; aquecimento global; desperdício
em domicílios, indústrias e em encanamentos deteriorados com o tempo; gestão
incompetente no que tange à manutenção, planejamento e visão em longo prazo
para cuidar dos recursos hídricos. Ainda, no Brasil, tem-se um pensamento de
que nada acontece por aqui, inclusive a falta de água. Assim o desperdício é
frequente e rotineiro. Falta consciência.
Cabe ressaltar que a falta de chuva é, por si
só, uma consequência da ação humana. Desmatamento sem controle, fiscalização
leniente das reservas ambientais e das nascentes e, sobretudo, poluição dos
rios e afluentes formam um conjunto de causas que comprometem o período
chuvoso, que é tão necessário para a sobrevivência. A poluição dos rios e a o
descaso com o lixo corrobaram com a estiagem.
Além disso, com a fragilidade das ações políticas
de proteção à água e, consequentemente, da sua captação, ter água encanada fica
gradativamente mais escasso e mais caro. A gestão desse recurso precisa ser
levada a sério e ter planejamento de curto, médio e longo prazo. Se há previsão
de seca, medidas como racionamentos têm de ser tomadas antecipadamente e com
responsabilidade. Não se pode racionar quando não tem mais nada, nem uma gota.
Ademais, é preciso que as empresas de
captação e os governos sejam parceiros, trabalhando para o bem comum. Ações
concretas como construções de barraginhas e de barragens, obras de manutenção,
limpeza, produção de água e aplicação de multa em caso de desperdício devem se
tornar corriqueiras.
É necessário atitudes que privilegiem o
cuidado com a natureza em todas as suas instâncias e faz parte disso cuidar dos
rios, das matas, das nascentes e da limpeza da cidade. Faz parte, também, o
recolhimento do lixo, úmido e reciclado, a diminuição da emissão de gases
poluentes e o reaproveitamento da água. A seca de 2015 não pode ficar esquecida
e passar como as águas do rio. Devemos, a cada copo de água que ingerirmos, lembrar
de que torneira vazia não esvazia apenas os reservatórios, mas também as esperanças
de um futuro para nossos descendentes.
Fonte: http://www.maispb.com.br/wp-content/uploads/2015/02/torneira-vazia.jpg |
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