Gastar
dinheiro e tempo com inscrições em diversos vestibulares, com estadas em
cidades distantes e com suas respectivas viagens ficou para trás desde 2009.
Além do mais, isso era para quem tinha condições financeiras favoráveis, o que
significava que estudar em universidades federais era, praticamente, um sonho
para muitos brasileiros menos favorecidos.
A Educação,
nos últimos anos, tem passado por diversas transformações. Uma delas e que tem
influenciado a vida dos estudantes é o ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio,
que foi criado em 1998. O objetivo, inicial, era avaliar o desempenho do
estudante ao término da educação básica e, consequentemente, analisar a
situação encontrada, a fim de melhorar a qualidade desse nível de escolaridade.
Tal objetivo,
a partir de 2009, foi mantido, no entanto, a ele, foi acrescentado um novo
mecanismo, até então, inédito no país: a seleção para o ingresso no ensino
superior. Isto quer dizer que o ENEM, além de avaliar o estudante, dá a ele o
direito à vaga em universidades públicas de todo o país, de modo unificado, não
sendo necessário fazer inúmeros vestibulares, como antes. Vale ressaltar que o
vestibular continua, porém mais democrático e mais justo para com quem estuda e
tira as maiores notas.
O ENEM tem
muitos aspectos favoráveis. Por ser uma prova única e aplicada no Brasil todo,
é possível, aos professores e aos alunos, analisarem, a cada ano, o estilo da
prova, suas características, os conteúdos mais cobrados; e por apresentar assuntos
correlacionados ao cotidiano. Além disso, os vestibulares tradicionais eram
muito diversificados, já que cada instituto superior de ensino tinha sua própria
banca, sua própria prova e, muitas vezes, ficava de acordo com a conveniência
de cada instituição. Por isso os vestibulares eram muito diferentes um do
outro, dificultando o ingresso do estudante ao ensino superior. Pode-se dizer
que o ENEM é um sistema mais democrático de ingressar na faculdade, ampliando a
oportunidade para todos aqueles que querem prosseguir nos estudos.
Outro ponto
imprescindível que deve ser levado em consideração é que o exame possui
critérios consistentes para avaliar as habilidades e as competências dos
concursantes, estatisticamente, por meio da Teoria de Resposta ao Item –TRI –
que é a forma de correção da prova, capaz de informar a habilidade de um
determinado aluno, dizendo se ele tem mais habilidade ou menos habilidade em
cada questão e, ainda, informa se a resposta do estudante foi o famoso “chute”
ou não.
Tudo isso é
possível porque essa teoria, usada para a correção não somente nos exames do
ENEM, mas também onde há concursos com muitos concorrentes, porque a prova
possui uma escala, onde cada questão é situada, testada e com seu nível de
dificuldade analisado, variando de três pontos para baixo e três pontos para
cima. Assim, se um estudante ‘x’ fica três pontos para cima de uma questão,
quer dizer que ele é muito habilidoso. A TRI permite o desempate com mais
facilidade, já que, usando a escala, não se conta o número de acertos. Caso
fosse assim, teríamos milhares de estudantes empatados.
Sobre os
conteúdos, vale dizer que o ENEM cobra do estudante a capacidade de
interpretar, ler, escrever e raciocinar com fluência. Mas como este exame tem
sido usado para selecionar, a cada ano, ele vem cobrando mais conteúdo, mais
teorias, mais fórmulas entre outros. Desse modo, quem diz que o ENEM não cobra
o conteúdo está enganado.
Sobre a
REDAÇÃO, ao contrário do que muitos pensam, a sua correção não é tão subjetiva
assim. Os corretores têm critérios objetivos de correção. São cinco: 1. Domínio
da norma culta da língua portuguesa; 2. Compreensão do tema e aplicação da
estrutura do texto dissertativo argumentativo; 3. Seleção e organização das
informações; 4. Demonstração de conhecimento da língua necessária para
argumentação do texto; 5. Elaboração de uma proposta de solução para os
problemas abordados, respeitando os valores humanos e considerando as
diversidades socioculturais. Para cada critério, são distribuídos 200 pontos,
totalizando 1000 pontos, somente na redação.
Quanto ao
tema, o aluno de ensino médio precisa estar pronto para qualquer assunto, já
que sempre se trata de temas de relevância social e que, geralmente, são
noticiados durante todo o ano. Sempre aparecem algumas apostas de temas, mas,
independentemente de acertar ou não, e para que ninguém seja pego de surpresa,
o ideal é acompanhar os noticiários, ler revistas e jornais diariamente.
É preciso que
o aluno compreenda que o ENEM é a prova para a seleção, mas depois ele precisa
se inscrever no SISU (Sistema de Seleção Unificada), onde podemos dizer que se
trata de um leilão virtual de vagas. Isso mesmo, um leilão em que o dinheiro do
aluno é a sua nota. Isso significa que quem tiver a maior a nota poderá
escolher o curso e a faculdade desejados. Essa forma de seleção é justa, já que
conseguirá a vaga aquele aluno que, durante todo o ano, esforçou-se mais.
Por que é
importante saber tudo isso? Tendo conhecimento, os professores vão trabalhar de
forma mais dinâmica e direcionada, mediando os estudantes para que tenham
sucesso na prova do ENEM e nas provas que desejarem fazer ao longo de suas
vidas. Além da contribuição da escola e dos professores, os estudantes precisam
estudar os conteúdos programáticos, detectar o que é mais cobrado em cada
disciplina, ler bastante, especialmente artigos de opinião, editoriais,
notícias, cartuns, charges de jornais e revistas de abrangência nacional e
internacional; e se esforçarem. Grande parte desse sucesso é de
responsabilidade do aluno, pois é ele quem deve se esforçar mais. A família tem
um papel importante: cabe a ela ajudar, propiciando momentos diversificados de
estudo e, sobretudo, oferecendo apoio, incentivo e qualidade de vida.
Por Rosana
Cristina Ferreira Silva
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