É inacreditável que, em pleno século XXI, com tanta tecnologia, os
animais precisam sofrer tanto, principalmente com as indústrias farmacêutica e
alimentícia. As atrocidades cometidas são inúmeras e não há limites, tudo em
nome do capitalismo desenfreado e cruel. O que pode ser feito para diminuir os
maus-tratos contra animais? E isso é possível?
Existem muitos exemplos de maus-tratos na indústria alimentícia, tantos
que se o consumidor souber de todos deixaria de comer carne e consumir ovos e
leite. Bois, porcos e aves são os que mais sofrem, entre estes as aves. Há
empresas que criam os animais dentro de espaços extremamente pequenos; porcas
parideiras são usadas apenas para procriar e depois são descartaras como
máquinas velhas; aves são criadas amontadas nas granjas, não veem a luz do dia,
têm os bicos arrancados de modo rudimentar, e os pintinhos machos são
sacrificados assim que nascem por meio de sufocação em sacos plásticos ou
triturados (vivos) em máquinas de moer carne; vacas são forçadas a produzir
leite como se fossem atletas maratonistas.
Tudo é muito cruel e sem piedade dos bichos que sofrem e sentem dor. Mas
não precisa ser assim. Hoje a tecnologia ajuda a diminuir o sofrimento e até
eliminá-lo, por exemplo, há um raio ultravermelho para fazer com que o bico das
aves caia sem nenhuma dor, assim que nascem; porcos e bois podem viver em
espaços maiores, onde podem pastar e interagir com outros animais sem
comprometer a produção; as galinhas podem ser criadas soltas, como já acontece
com a criação de galinhas caipiras. Os matadouros, hoje, são obrigados a
adotarem uma forma de tirar a dor do animal antes de serem abatidos e existem
muitas possibilidades.
É importante lembrar que o homo sapiens só existe hoje
porque passou a comer carne. Segundo historiadores, nossos ancestrais eram
herbívoros e passavam 16 horas do dia mastigando plantas para se manterem vivos
e, com o consumo de carne, precisou gastar menos tempo mastigando para
sobreviver, sobrando horas vagas para fazer outras atividades. Além disso, a
proteína animal é uma das responsáveis pela própria evolução do homem,
especialmente em relação ao desenvolvimento do cérebro, ou seja, o consumo de
carne foi essencial no processo evolutivo.
Assim, o homem herdou a necessidade de consumir carne e estima-se que
hoje 95% da polução mundial faça esse consumo. Mas isso não significa que os
animais precisam agonizar para satisfazer a necessidade humana. Do ponto de
vista dos vegetarianos, não comer carne é pensar no bem-estar animal e é a
melhor opção, mas é praticamente impossível eliminar esse costume utilizado há
milhões de anos. No entanto o consumo pode ser dosado e o consumidor deve saber
a origem do produto, a fim de reconhecer como os animais são tratados, podendo
escolher fornecedores que adotam medidas em favor do menor sofrimento animal.
Uma forma de reconhecimento dessas indústrias é verificar se o produto, como
carnes, ovos e leite, tem o selo emitido pelo Serviço de Inspeção Federal
(SIF). As empresas que têm esse selo são aquelas que seguem as normas do
Ministério da Agricultura e as recomendações da FAO (divisão alimentar da ONU -
Organização das Nações Unidas), além de atender aos critérios apontados pela
Ong World Animal Protection.
É muito importante que cada consumidor desses alimentos seja consciente
e reflita sobre seu papel na diminuição do sofrimento animal. Para isso, o
cidadão deve verificar as embalagens dos produtos como ovos, leite e carnes se
elas têm selos de certificação, se as empresas são responsáveis e adotam
medidas que respeitem os animais. No Brasil, hoje, há muitas empresas que se
comprometeram a respeitar essas medidas e os animais. Adotar uma dieta com
menos carne também ajuda, caso o sonho de ser vegetariano ainda esteja longe de
ser alcançado.
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