terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Maus-tratos aos animais: até quando?


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É inacreditável que, em pleno século XXI, com tanta tecnologia, os animais precisam sofrer tanto, principalmente com as indústrias farmacêutica e alimentícia. As atrocidades cometidas são inúmeras e não há limites, tudo em nome do capitalismo desenfreado e cruel. O que pode ser feito para diminuir os maus-tratos contra animais? E isso é possível?
Existem muitos exemplos de maus-tratos na indústria alimentícia, tantos que se o consumidor souber de todos deixaria de comer carne e consumir ovos e leite. Bois, porcos e aves são os que mais sofrem, entre estes as aves. Há empresas que criam os animais dentro de espaços extremamente pequenos; porcas parideiras são usadas apenas para procriar e depois são descartaras como máquinas velhas; aves são criadas amontadas nas granjas, não veem a luz do dia, têm os bicos arrancados de modo rudimentar, e os pintinhos machos são sacrificados assim que nascem por meio de sufocação em sacos plásticos ou triturados (vivos) em máquinas de moer carne; vacas são forçadas a produzir leite como se fossem atletas maratonistas.
Tudo é muito cruel e sem piedade dos bichos que sofrem e sentem dor. Mas não precisa ser assim. Hoje a tecnologia ajuda a diminuir o sofrimento e até eliminá-lo, por exemplo, há um raio ultravermelho para fazer com que o bico das aves caia sem nenhuma dor, assim que nascem; porcos e bois podem viver em espaços maiores, onde podem pastar e interagir com outros animais sem comprometer a produção; as galinhas podem ser criadas soltas, como já acontece com a criação de galinhas caipiras. Os matadouros, hoje, são obrigados a adotarem uma forma de tirar a dor do animal antes de serem abatidos e existem muitas possibilidades.
É importante lembrar que o homo sapiens só existe hoje porque passou a comer carne. Segundo historiadores, nossos ancestrais eram herbívoros e passavam 16 horas do dia mastigando plantas para se manterem vivos e, com o consumo de carne, precisou gastar menos tempo mastigando para sobreviver, sobrando horas vagas para fazer outras atividades. Além disso, a proteína animal é uma das responsáveis pela própria evolução do homem, especialmente em relação ao desenvolvimento do cérebro, ou seja, o consumo de carne foi essencial no processo evolutivo.
Assim, o homem herdou a necessidade de consumir carne e estima-se que hoje 95% da polução mundial faça esse consumo. Mas isso não significa que os animais precisam agonizar para satisfazer a necessidade humana. Do ponto de vista dos vegetarianos, não comer carne é pensar no bem-estar animal e é a melhor opção, mas é praticamente impossível eliminar esse costume utilizado há milhões de anos. No entanto o consumo pode ser dosado e o consumidor deve saber a origem do produto, a fim de reconhecer como os animais são tratados, podendo escolher fornecedores que adotam medidas em favor do menor sofrimento animal. Uma forma de reconhecimento dessas indústrias é verificar se o produto, como carnes, ovos e leite, tem o selo emitido pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). As empresas que têm esse selo são aquelas que seguem as normas do Ministério da Agricultura e as recomendações da FAO (divisão alimentar da ONU - Organização das Nações Unidas), além de atender aos critérios apontados pela Ong World Animal Protection.
É muito importante que cada consumidor desses alimentos seja consciente e reflita sobre seu papel na diminuição do sofrimento animal. Para isso, o cidadão deve verificar as embalagens dos produtos como ovos, leite e carnes se elas têm selos de certificação, se as empresas são responsáveis e adotam medidas que respeitem os animais. No Brasil, hoje, há muitas empresas que se comprometeram a respeitar essas medidas e os animais. Adotar uma dieta com menos carne também ajuda, caso o sonho de ser vegetariano ainda esteja longe de ser alcançado.

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