“Somos todos escritores; só que uns escrevem, outros não.” Esta máxima de José Saramago- escritor português- nos remete à ideia de que a vida de cada um rende uma boa história que deveria ser escrita. No entanto, nem todos têm a coragem e o poder de escrever a própria história, ou a história de outrem ou simplesmente de criar enredos inimagináveis.
Dessa ideia de Saramago, tem-se o pressuposto de que ser escritor é um ofício de importância imensurável, já que todos podem sê-lo, mas poucos conseguem. Dessa forma, o escritor ocupa um espaço de reverência e respeito, de admiração e orgulho, de conhecimento e poder.
Mas ser escritor não é fácil; é uma luta constante com a inspiração, é uma busca implacável pelas palavras certas e precisas. Para escrever, o escritor busca falar de temas que se encaixam no momento e que possam ter relevância para a sociedade. Escrever brota do desejo de interpretar a realidade ou a fuga da mesma, traduz em versos, frases, páginas, em livros, revistas, jornais e em blogs todo seu sentimento, preocupação, indagações, curiosidades e desejos.
Por meio de rascunhos, feitos a caneta ou pelas teclas, surgem textos que intrigam, emocionam, inspiram, encantam, fazem pensar, adocicam a vida refletindo sobre a realidade ou recriando-a. Assim ser escritor é ser um artesão das palavras, é um ourives, lapidando a pedra bruta que é a própria vida. Escrever é traduzir os mais variados sentimentos para que um leitor, que nem se conhece, possa desfrutar e partilhar as ideias desenhadas no papel ou nas telas.
Segundo Anaïs Nin: “O papel de um escritor não é dizer aquilo que todos somos capazes de dizer, mas sim aquilo que não somos capazes de dizer.” Essa escritora francesa resume o que eu considero: “O verdadeiro papel do escritor é ser o porta-voz do mundo”, porque o escritor é capaz de dizer tudo aquilo que muitos desejam e não podem dizer.” O escritor é um artista das palavras, e o mundo não vive sem arte.