Um dia desses encontrei-me com uma amiga que
sempre eu via só passando pelas ruas da cidade e nos cumprimentávamos de longe;
via pelo Facebook e aí a gente curte
alguma foto, comenta, fazemos o que as redes sociais, hoje, nos permitem, mas
não conversávamos há muito tempo por diversos motivos.
Nessa ocasião, colocamos nosso assunto em
dia, falamos de nossas lutas, vitórias e derrotas; dos filhos, marido,
trabalho, saúde e, o mais interessante, relembramos o tempo em que a gente se
encontrava, saía, rezava e se divertia. Foi um momento de recordar tanta coisa
que eu havia me esquecido de ter vivido.
Esse encontro serviu não somente para
reminiscências, mas também para pensar: como nossas vidas tomam rumos tão
inesperados, levando-nos a distanciar de pessoas e de lugares que amamos muito?
Distanciamo-nos não por que queremos, todavia porque nossos caminhos se
modificam ao longo da caminhada e nessa estrada conhecemos novas pessoas,
amizades e amigos. E o que acontece com os velhos amigos que deixamos para trás
e conosco que também fomos deixados em algum lugar do passado?
Isso não significa que deixamos de ser
amigos, não deixamos de torcer por eles, não deixamos de ter carinho e
respeito, só modificamos nossa rota e muitas vezes não sabemos o porquê disso
acontecer. Assim, os velhos amigos continuam o sendo mesmo não os vendo de
perto, mesmo não conversando diariamente. Já li, no entanto, agora, não me
recordo quem escreveu, de que não precisamos ver as estrelas para saber que
elas existem. Há muitas noites em que o céu está nublado e nenhuma estrela pode
ser avistada, mas sabemos que elas estão lá. Assim são nossos “velhos amigos”,
não precisamos estar juntos para saber que eles existem e que são importantes para
nós, simplesmente existem e são anjos que Deus colocou em nossa vida.
Dizem que o nosso destino está em nossas
mãos, não sei se realmente está, já que nem imaginamos como pode ser os
caminhos futuros pelos quais temos de percorrer. Nem fazemos ideia das pessoas
com que vamos nos encontrar. O que precisamos fazer, e está em nossas mãos hoje,
é deixar tanta correria de lado e cuidar, cultivar, regar com carinho e amor os
verdadeiros amigos. Precisamos abrir espaço para acariciar, conversar, jogar
conversa fora, visitar e cuidar de quem nos permitiu viver grandes aventuras,
de quem ficou ao nosso lado nos momentos difíceis e de quem, um dia, fez parte
da nossa história.
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