sexta-feira, 12 de junho de 2015

Este é o endereço para comprar o livro O voo da Poesia

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Artigo de Opinião: Dia dos Namorados com pouco dinheiro

12 de junho, data em que se comemora o Dia dos Namorados, véspera do dia de Santo Antônio que, segundo a tradição, é o santo casamenteiro. Essa é a razão que justifica a data dos apaixonados aqui, no Brasil, adaptada à nossa realidade, que teve início no comércio de São Paulo, ainda no século XX.
Tal celebração nasceu na Idade Média, na Europa, por meio de São Valentim, que foi Bispo da Igreja Católica, condenado à morte e preso por realizar casamentos numa época em que o imperador havia proibido, já que se vivia um período de guerra e acreditavam que homens solteiros seriam melhores combatentes.
Na cadeia, Valentim, sem fazer casamentos, recebia flores e cartões de muitas pessoas de todos os arredores, que acreditavam no amor. Lá ele se apaixonou. Quando estava prestes a morrer, deixou um buquê de flores e uma carta para a sua amada, dizendo que era “seu namorado”. São Valentim, então, morreu em 14 de fevereiro, data escolhida, portanto, para ser o Dia dos Namorados em diversos países do mundo.
            Ao analisar esse contexto histórico, fica fácil compreender o porquê da troca de cartões, de flores, de bombons, incrementados com uma grande diversidade de presentes “fofos”, encontros, jantares e, sobretudo, das juras de amor.
            Tal tradição se mantém viva até hoje e quem ganha com isso é o comércio. E é preciso comemorar, uma vez que estamos passando por um momento econômico complicado e inseguro, com quedas vertiginosas no mercado varejista que, há muito tempo, não sofria tanto com o pouco movimento no setor. Essa situação, também, é percebida em outros segmentos do país, haja vista o aumento do desemprego e a diminuição da renda do trabalhador brasileiro.
            Em meio à crise, é possível perceber que essa data, tão esperada pelos enamorados, aqueça um pouquinho o coração de quem ama e, quem sabe, a nossa economia. Um pouco de romantismo faz bem para quebrar o gelo das relações afetivas e comerciais.
            Diante de tal situação, como podemos comemorar o Dia dos Namorados? O fato é que essa crise toda pode trazer uma leve contribuição para o meio ambiente, já que o consumismo pode ser freado com a falta de dinheiro. Então o jeito é namorar à moda antiga: uma jantar simples à luz de vela (a conta de luz está cara demais), flores e um cartão, como fez São Valentim. Quem sabe, dessa forma, o namoro engata de vez, porque só o amor pode resistir a tanta arrocho nos outros 364 dias do ano.


Por Rosana Cristina Ferreira Silva





quinta-feira, 11 de junho de 2015

Só algumas linhas

Nunca senti tanta vontade de escrever como agora
e, mesmo tendo esse sentimento, o que me falta demora:
é a palavra certa, aquela que, como substantivo concreto,
tem corpo, força, forma física. Tudo o que tenho não é certo.

Preciso falar, mas uma secura me sobe à garganta.
Tenho sede e a água na me basta e não há nada que garanta
que isso mude, se transforme, se torne em poesia.
Faltam palavras, e elas se calam, fogem, assim, neste dia.

Logo quando mais preciso, persisto e ainda procuro.
Não encontro, portanto, verbete que me faça sentir seguro.
Ainda assim, numa busca incessante, dicionário aberto,
tento escrever algumas linhas e deixar esse eu descoberto.

Escrevendo, não consigo escrever o que vejo,
nem retrato com clareza  e precisão o que desejo.
Tudo o que tenho eu não tenho em mim: palavras,
para denunciar a  miséria humana e suas amarras.

Rosana Silva

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Um pouco de Fernando Pessoa...

Há muitos poemas de Fernando Pessoa de que gosto muito. Este aqui escolhi para refletirmos um pouco sobre nossa existência, nossa passagem terrena e como mudamos a cada dia sem que nos demos conta disso.

Não sei quantas almas tenho
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa
Toda a poesia - e a canção é uma poesia ajudada - reflete o que a alma não tem. Por isso a canção dos povos tristes é alegre e a canção dos povos alegres é triste. (Fernando Pessoa)




Resultado e Premiação do 2º Concurso de Poesia da Alarc - 2024

RESULTADO DO 2º CONCURSO DE POESIA DA ALARC – 2024 OBSERVAÇÃO: OS NOMES ESTÃO EM ORDEM ALFABÉTICA E NÃO DE CLASSIFICAÇÃO. PREMIAÇÃO LOCAL:...