quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Por onde anda a infância?

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          De todas as fases da vida, a infância pode ser considerada a mais bonita. Esta exige cuidados e prioridade absoluta. É o tempo de jogos, brincadeiras, aprendizagem e descobertas, além de ser o período que se tem o maior tempo livre para brincar. Entretanto o que se observa, hoje, é o encurtamento desse tempo tão bom e ingênuo. 
           Segundo o Art. 227 da Constituição Federal Brasileira, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
            Conforme a lei, as crianças devem ser protegidas em toda a sua plenitude. Porém constata-se que muitas delas deixam de ser criança cedo demais por diversas razões como o trabalho infantil, que ocorre geralmente em famílias de baixa renda e é uma afronta aos seus direitos. Outra razão é a adultização, fenômeno contemporâneo em que as crianças se tornam adultos em miniatura no modo de se vestir e de brincar, por exemplo.
            Como as crianças estão em processo de desenvolvimento, elas precisam ser protegidas, em primeira instância pela família. Essa proteção parte do pressuposto de que criança é criança e pronto. Assim, a família deve tratá-la como tal, oferecendo subsídios para promover o seu desenvolvimento físico e mental para que ela cresça saudável. Tratar a criança de igual para igual é um erro, acelerar essa fase é uma maldade e torná-la adulta antes da hora é crueldade.
            Uma pesquisa realizada pelo SPCBrasil, 2015, aponta que 22% das mães reconhecem que  os filhos têm um padrão de vida muito acima da realidade da família. Esse dado mostra que muitos pais oferecem aos filhos até o que não precisam. Hoje já existem salões de beleza especializados em cuidados infantis, muitos desses supérfluos e com tons adultos. Além disso, há pais que expõem os pequenos a estímulos inadequados e os sacrificam com uma rotina cheia de afazeres e compromissos como se fossem adultos.
          A educadora e psicóloga Rosely Sayão afirma que muitos pais empurram as crianças para que deixem de ser crianças antes da hora e reforça que isso não deve acontecer, pois cada etapa é importante para o desenvolvimento humano. Camilo Castelo Branco, escritor português do século XIX, disse: "A infância é como a água que desce da bica, e nunca mais sobe". Por essa máxima entende-se que essa fase da vida é curta, deve ser respeitada para que não se perca nos caminhos da vida. Mas isso só acontecerá se houver a presença de adultos responsáveis e amorosos para garantir a infância dos pequenos.

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