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Fonte da imagem: http://rocacontabil.com.br/proposta-da-reforma-da-previdencia-social/ |
O
discurso do atual governo é que a reforma previdenciária deve ocorrer já, ou
seja, deve-se aumentar a idade mínima da aposentadoria dos brasileiros, sem
levar em conta os direitos adquiridos com luta pelas gerações passadas. A
desculpa é de que há um rombo no sistema, e que a reforma tem de ser feita
urgentemente para garantir a seguridade às futuras gerações.
No
entanto esse discurso é falso, autoritário e distante da realidade brasileira,
já que a expectativa de vida dessa nação, estimada em 75 anos, não corresponde
à verdadeira população, pobre e oprimida, escondida pela mídia. Além disso, o
rombo que existe não é causado pelo povo que recebe uma aposentadoria
vergonhosa, mas, sim, pelo assustador desvio do erário, o que compromete
qualquer conta pública de qualquer país, seja ele qual for.
De
acordo com a Constituição Federal, no
artigo 194: “a Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os
direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”, e é
formada pela Previdência Social, Saúde Pública e Assistência Social. Neste
sentido, insere-se o órgão responsável pelo pagamento das aposentadorias,
pensões, auxílios e outros benefícios. E, segundo pesquisas da ANFIP (Associação Nacional dos Auditores
Fiscais da Receita Federal), este sistema recebe mais do que gasta, isto é,
a Seguridade Social goza de superávit, segundo as pesquisas feitas até 2014.
Sendo assim, a reforma da Previdência Social, foco do governo de
Michel Temer, estabelece uma idade mínima para todos os trabalhadores com até
50 anos. O limite provável é de 65 anos para homens e mulheres. Além disso, a
aposentadoria de 65 anos para as mulheres desconsidera que, além
de trabalhar, as mulheres cuidam dos filhos, da casa, estudam para manter seus
empregos ou por melhores salários para contribuírem com as despesas da casa,
isso quando não são elas as provedoras de seus lares.
Diante
disso, é preciso, urgentemente, que haja um movimento social, de toda a
sociedade brasileira, em busca da garantia dos direitos adquiridos e que impeça
essa reforma previdenciária. Além disso, o rombo, no Brasil, não se deve ao
trabalhador, mas à gestão incompetente e desumana que se alastra por anos, por
todos os partidos políticos, que se mantiveram no poder até hoje.
Não
se pode aceitar que o povo brasileiro, tão massacrado e humilhado por políticos
corruptos, pague, mais uma vez, pelos erros, propinas e roubos astronômicos dos
seus governantes e de empresários infiltrados no poder. É preciso dar um basta
e não aceitar mais esse golpe no trabalhador. Cadê o panelaço? Cadê as
manifestações? Por onde andam as camisas amarelinhas? Não podemos nos calar ou
morreremos sem nunca chegar perto da tão sonhada aposentadoria.
Texto
publicado no Jornal da Cidade de Arcos - MG, em 19/2/2017
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Fonte da imagem: http://justificando.cartacapital.com.br/2017/03/08/reforma-da-previdencia-prejudica-mais-as-mulheres-e-beneficia-os-bancos/ |