A ira , a inveja, a
avareza são exemplos daquilo que podem destruir o homem. Dentre esses, a
avareza talvez seja o pior de todos, já que se trata do apego descontrolado ao
dinheiro e é o retrato fiel do egoísmo, comprometendo os sentimentos de
alteridade, de partilha e de solidariedade.
Para Jean-Jacques Rousseau, a propriedade privada pode ser considerada a origem de todos
os males da humanidade. Mesmo que o direito à posse seja legítimo, a busca
incessante e excessiva por dinheiro e poder tem sido um estilo de vida de
muitos indivíduos, motivados pela avareza, provocando um desequilíbrio social
visível, pois desencadeia ouros males ainda pior: a corrupção.
Vale lembrar que as
relações interpessoais são comprometidas pelos interesses particulares, pois há
quem procura sempre mais benefícios no outro, para obter vantagens e aumentar
sempre os privilégios nesse tipo de relação. Nesse sentido, em sintonia com o
mundo capitalista, a vida cotidiana tem girado em torno da busca pelo lucro, o
que provoca a desvalorização daquilo que não se pode comprar, como o convívio
familiar, consciência tranquila, amizades verdadeiras, relações afetivas
duradouras e leais. Mas tudo isso não se compra com dinheiro, muito menos com
avareza.
Além disso, cabe ressaltar que a avareza afeta todos os campos
sociais, mas o meio político é o mais perceptível, já que se vê o
enriquecimento ilícito de políticos e de grandes empresários. Desse modo, a
corrupção é a principal marca da ganância no Brasil e no mundo. Escândalos que
se tornaram públicos, como o desvio de bilhões de reais na Petrobras e em
outras instituições públicas e privadas confirmam os riscos de pautar a vida
somente em negócios para a obtenção de lucro em cima de lucro.
É preciso conscientizar a todos sobre o bom uso do dinheiro e da
importância de fazer o certo, o justo em toda e qualquer circunstância. Ao
congresso, cabe trabalhar para o brasileiro, com honestidade e transparência ao
lidar com as contas públicas para evitar crimes fiscais e abandono das
necessidades humanas.
As famílias devem buscar a valorização de momentos e atitudes
imprescindíveis à convivência, que o dinheiro não é capaz de comprar. A escola
e a família devem educar crianças, adolescentes e jovens para a honestidade, a
ética e, sobretudo, da necessidade de não se endeusar o dinheiro em suas vidas.
Só assim se podem esperar futuras gerações comprometidas e humanizadas
verdadeiramente.
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